Senti que precisava de ajuda...
Corria sobre ela a fama de leviana.
Tenho receio que a comunidade volte o rosto para ela.
Diva ainda não chegou em casa. Não disse para onde ia.
João disse muitas mentiras, entretanto muitos nele acreditaram.
Mas, outros diziam que João era doente e distraído; e muitos portanto, pediam cautela para o caso.
Diva, mãe de três filhos, mulher trabalhadora, 32 anos, a sombra de sofrimentos vivia debaixo das asas de João.
João, trabalhador, 34 anos, bebia demais...
E esse demais custava muito caro a sua esposa Diva, que a muito tempo vivia com João por piedade.
E por consequência da vida, Diva resolve procurar trabalho fora, e arranja numa fábrica de vassoura de palha. Pagamento, um salário mínimo, mas digninamente, o seu suor.
Se não vivia bem com João sozinho trabalhando, e agora saindo de casa, a bomba explodira.
João inventara mentiras que a mãe de seus filhos, o estava traindo com o dono da fábrica de vassoura, o Sr. Carlão, 50 anos.
O que acontecera, foi que o Sr. Carlão por morar a trezentos metros da casa de Diva, muitos pediram para que arrumasse emprego para ela, e assim pudesse sustentar a si e a seus filhos. Porque o que João recebia ficava no bar, só de bebidas. E por conta disso, de arrumar trabalho fora, Diva levará o nome de leviana.
Boa parte da comunidade sabia da sua luta, mas, mancha não se limpa da noite pro dia, seja ela verdadeira ou falsa, a marca fica para sempre, e até após a morte.
Diva estava decidiamente a ir para casa de sua mãe; não aguentava mais tanta humilhação. E assim o fez, deixando João sozinho com suas bebidas e mentiras. Senti que a ajuda do Sr. Carlão veio na hora certa.
Diva, mulher trabalhadora, cumpridora dos seus deveres como mãe e mulher, não havia uma mácula sequer.
João, depois de seis meses que Diva o havia abandonado, continuava mentindo, chamando Diva de leviana, maculando-a para todo o sempre.
Depois de oito meses de vida sozinho, sem Diva mais por perto, João morreu de cirrose.