Usina de Letras
Usina de Letras
85 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62582 )
Cartas ( 21339)
Contos (13279)
Cordel (10457)
Crônicas (22550)
Discursos (3244)
Ensaios - (10499)
Erótico (13582)
Frases (50953)
Humor (20093)
Infantil (5516)
Infanto Juvenil (4840)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1377)
Poesias (140979)
Redação (3332)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1963)
Textos Religiosos/Sermões (6271)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A eterna Busca do que somos -- 21/08/2006 - 09:07 (Marcelo Simoes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um homem saiu de sua casa, em uma manhã de outono, predestinado a realizar á busca de algo que á muito havia perdido, andou entre as esquinas, observou entre as nuvens, proseou entre os amigos, mas ninguém conseguia lhe dar a resposta ou pistas ao que tanto procurava.

Decidiu então adentrar uma biblioteca, local de aquisição de conhecimento, encontro marcado com a sabedoria milenar da humanidade, focou alguns livros, folheou algumas páginas, compreendeu alguns textos, mas nenhum livro, despertou o caminho de sua busca. E dali saiu.

Decidiu entrar em um pequena igreja e se sentou a dialogar com o sacerdote e alguns beatos que ali se encontravam , parou com tamanha devoção perante o altar , orou e pediu ajuda , mas nas orações, o coração revelava algo que lhe dizia para prosseguir em frente em sua busca.

E com este forte propósito, fez algumas ligações, conversou com seu pai, depois sua mãe, a esposa dizendo-lhes que ainda não havia encontrado o que tanto buscava, mas que não desistiria, pois aquilo era tudo que lhe faria feliz. Todos compadeceram de sua busca e o incentivaram a seguir em frente.

Ele tinha a compreensão de que algo faltava dentro de si.
A corrida do dia-a-dia, as diversas responsabilidades, o dever sem fim que o aprisionava entre os desejos de se ter e fazer em busca de uma realização efêmera, tudo que havia conquistado não lhe confortava em uma felicidade genuína e duradoura.

Aonde então encontrá-la ?

Sentou-se no banco da praça e passou a observar as pessoas que transitavam, ali ele via a correria, uma imensa rede de cruzamentos humanos, faces sem nomes, alguns com pressa de chegar a algum lugar. Em meio há tantos surgiu uma esperança de que em seu interior pudesse iniciar um diálogo, que o direcionaria a sua busca.

Em um determinado momento, surgiu em sua frente uma mulher com uma criança de colo, impossível não ser envolvido pelo brilho de um bebê, tão singelo, puro. A mulher o colocou um destes tanques de areia para brincar.

Sem saber ao certo o porquê, ele passou a mirar a criança e de repente em sua mente passavam pensamentos unidos e integrados ao ser daquela criança, como se ela o tocasse no fundo de sua alma. Ele se entregou a esta experiência e iniciou um dialogo silencioso dentro de seu ser.

“Um bebê ser de imensa ternura, impossível ser insensível perante a sua doçura, se comove só de olhar a singela silhueta de seu corpo, um olhar que encanta de pura magia.

Nele não há conflitos , não há desejos egoístas, não há disputa só o prazer da conquista.

Toca o solo com suas mãozinhas, sentindo todo o planeta, sente que a areia é assim como ele uma grão na imensidão, que há um universo fascinante onde há muitas possibilidades ao homem.

Sim !!! Um bebê tem todas as potencialidades.

Qual seria a possibilidade e a potencialidade daquela pequena criança. Como seria o pai e a mãe, quais seus objetivos de vida ? Na sagrada responsabilidade de educá-la, quais seria as possiblidades que dariam a esta criança?

O universo e o bebê são exatamente iguais são pura potencialidade e possibilidade, assim como o sol que agora brilha no céu, irá trazer as nuvens que será a chuva que irá semear a plantação , que será a colheita que nos dará o alimento depende inteiramente da qualidade do ar, da água, do solo, dos produtos que são utilizados , do esforço das pessoas que colhem e preparam o alimento, assim também o é a criança em minha frente. Qual alimento ela teria ?

O bebê é um eterno vir-a-ser.

Saber amar e compreender, integrar-se ao mundo dependerá dos alimentos que o micro universo familiar possa embuti-lo e assim as possibilidades serão diversos, pode ser que ele crie a sua própria realidade e se aprisione, mas como pode também ser integrado e liberto dos sentidos, pensamentos, atos e palavras que em um primeiro momento são apenas trilhas reveladas para o caminho.

Todos que se aproximam são observados por seus lindos olhinhos e é interessante não são pessoas, pouca importa o crachá, ou o RG , a imagem que se forma em sua frente aparenta ser sútil , alguns passam e ele se volta na direção, á outros não dá a menor importância. Tem nele um sentido altamente desenvolvido, uma linguagem silenciosa que vibra altamente capacitada como orgão de percepção que se manifesta ao menor contato com o mundo que o cerca.

Vejo que ele brinca, sorri traz uma graça plena em seus movimentos ainda não formados, mas aprende brincando, os olhos se remetem as pessoas que passam, os braços e mãos firmam o brinquedo e a areia e assim ele se apercebe, sente que é tudo, a areia, as pessoas, o ar, o sol, o amor, a paz, o divino que é incapaz de separar, de ver eu e os outros. Ele está em tudo e tudo está nele.

Dentro de algum tempo este pequenino que é o todo, se sentirá separado do todo, pois desenvolverá paulatinamente a sua individualidade e a partir deste ponto sua vida ganhará em riqueza de detalhes, se atirando no mundo da forma de maneira tal que ele desenvolva as suas potencialidades.

O choque deve ser grande á um pequenino saber e se sentir separado, mamãe não é eu, mamãe é mamãe, eu sou eu. Tudo era tão singelo eramos como se 02 em 01 e me sentia tão forte e protegido, agora mamãe está ao meu lado e preciso me unir a ela e aos outros só que de outra forma utilizando para isso o sorriso, o carinho, o brincar, o chorar são fontes de interação que me ensinarão como ser separado.

Nestes meus pensamentos conectados com ele, reconheço a beleza do ser, a real natureza que recebemos no momento de nossa concepção, a união que nos faz sermos a natureza e não parte dela, por um momento sinto no fundo de minha alma surgir a resposta para aquilo que venho buscando.

Revela-se inato dentro de mim saber, Quem eu sou ? De onde vim ? Para onde vou ?

Encontrar o que realmente sou, independente de tantas denominações que recebo durante a vida, amigo, profissional, jogador, esposo, paciente, cliente, irmão, filho, sempre classificado por olhares diferentes que rotulam a individualidade nos fazendo adormecer para o princípio verdadeiro do ser. Tenho tantos títulos , mas não tenho a mim mesmo.

O bebêzinho a minha frente me apresentou o meu eu verdadeiro, vindo da divindade uma manisfestação de amor, nascido aqui para viver integrado a tudo, tudo me é dado por Deus para que eu possa reconhece-lo manifesto no próprio mundo.

O Pai Maior nos diz :

“Nasça e participe ativamente da minha obra seja um co-criador comigo, para isso eu te dou a natureza, uma família, um corpo e tudo estará ao seu dispor.

Quando muito pequenino você será uno á mim, com o passar do tempo, serás livre para vir ao meu encontro de acordo com sua vontade, desenvolverás suas potencialidades e terá todas as possibilidades e decidirás com tua própria consciencia onde me encontrar.

Como Pai que sou, estarei sempre ao seu lado, onde quer vá ali estarei, mas principalmente procure-me dentro de você, pois eu estou em seu coração , pois Somos UM. “

É maravilhoso que a compreensão da vida é uma coisa que perdemos no decorrer do tempo, confundimos o mundo habitado e criado pelos homens com suas leis, dogmas, conflitos e regras. E esquecemos que este é o mundo imperfeito criado da perfeição.

Olho por um segundo ao redor e penso que tudo manifesta a imensidão e o amor e o homem é chamado a ser o co-criador da obra e não o próprio criador, portanto confundido o homem se perde dentro de seu próprio mundo, entorpece o coração, trancafia a alma, aniquilia o pensamento e assim não consegue mais ver a beleza e o amor na chuva , apenas gotas. “

Compreendi que buscar a si mesmo, encontrar o propósito da vida é voltar a ser criança, buscando viver integrado, abrir e sentir o pulsar da vida dentro do coração.

E como num impulso me direcionei em direção aquela criança que por um momento esteve dentro de mim, me instruindo na verdadeira arte de viver, conforme me aproximava sentia o coração bater com um sentimento de amor e veneração profunda, ao chegar muito próximo, ele se virou a mim e em seu rosto eu vi a tradução de meu coração e o senti dentro de mim.

Esta unidade é latente em todo o ser humano, basta que tenhamos o coração aberto e puro, se tornar adulto é tomar a própria vida nas mãos, mas não esquecer a essencia de ser amor que compartilha experiências com o mundo, eu e aquela criança nos unimos por um tempo e fomos amor, e esse amor é verdadeiro em qualquer um de nós.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui