Quando me batizarm não imaginaram que sequer seria capaz de sugar sem muito ganância um peito abundante em líquido branco. O homem de batina branca e uma espécie de cachecol verde furta-cor, envolveu-me numa talha, para mim uma gruta de água fria. Despejou sobre minha cabeça uma bacia de água benta, o que para mim era uma caxa-dágua inteira. O turbilhão do frio e da torrente por pouco não me afogaram não fosse o acudir do padrinho. Minha mãe assistia passiva achando tudo aquilo muito natural. Por popuco o vigário, servo de deus não seria meu carrasco e as testemunhas seriam os santos postados ali ao meu redor e nenhuma providência tomavam no sentido de impedir o assassinato. Outra vez eu seria mergulhado na talha para que o monge pudesse celebrar o ritual sagrado da primeira eucaristia de um cristão. Chorei que nem um filhote de chimpanzé. Mas nada conseguiu sensibilizar o ministrto da igreja e impedir o sacrifício. O sacerdote despejou mais uma lufada de água fria em meu corpinho indefeso. De chofre emiti um esguicho de urina que atingiu em cheio o rosto do monge. "Isso é mesmo o diabo!" - proferiu o ministro de deus enquanto tentava desenhar a primeira cruz de sal em minha testa. Todas as pessoas se espantaram escandalizadas. A madrinha me tomou no colo e saiu da igreja gritando: "Este monge é a reencranação do demônio!"