Procurou por ela em, todos os lugares onde poderia encontra-la, mas foi em vão. Ninguém tinha uma pista ou idéia para lhe trazer algum alento. Desesperado, ligou para a casa da sogra, mesmo sabendo que não iria dar informação alguma, pois tinha desprezo por ele, torcia para que o casamento acabasse, porque sabia que ele era uma pessoa de péssima convivência, tratava-a muito mal, discutiam por tudo e por nada, afinal, não era o genro que havia pedido a Deus.
No entanto, diferentemente do que havia suposto, a sogra ficara preocupada, informoui que há três dias não tinha notícia da filha, que a última vez que falara com ela tinha notado no tom de sua voz um quê de mistéria e de alheamento.
Ligou para duas ou três amigas mais íntimas dela, mas de nada sabiam e, sem exceção, deram o mesmo tipo de informação que a sogra dera: havia um certo mistério na voz dela da última vez que haviam conversado ao telefone.
Passaram dois dias, três, uma semana, e nada.
A filha, aos cuidados da babá, indava sobre a mãe.
A vida foi ficando vazia, insuportável.
Começou a fazer um exame de consciência e a se convencer de que, como dizia a sogra, era um chato de galocha, inferenizava a vida da mulher, cobrando atitudes, brigando por qualquer ninharia, fazendo cena de ciumes, enfim, uma verdadeira peste.
Nunca levou a sério as queixas, os prantos, aquela frase que ela costumava dizer: um dia, quando eu sumir, você vai sentir falta de mim, se é que realmente você gosta de mim.
Gostava sim. A saudade agora era uma presença constante nos seus dias. lembrava de todas as poucas horas boas que passaram juntos. Rezava, pedindo a Deus que ela voltasse, que mudaria o jeito de ser, que valorizaria tudo quando ela fizesse, que nunca mais brigaria por tostões.
Um mês, um ano...E a saudade presente.
Passara a se dedicar inteiramente à menina, que crescia rapidamente e tinha tudo da
mãe: os olhos, o cabelo, o andar, a fala...
Um ano e meio depois, no começo da noite, a campainha tocou. Abri a porta e não acreditou no que seus olhos viam: era ela, mais bonita que nunca, risonha, a voz encatadora: Ainda me querem aqui?
Abriu os braços chorando, enlaçpou-a num forte abraço, cobriu-a de beijos, não perguntou nada, apenas agradeceu a Deus aquela volta abençoada.