Num campo distante da cidade grande, Carmem, cigana, sonhava como outra jovem qualquer. Infelizmente, sua aspiração derivava de costumes não apropriados aos que descendiam os seus.
A sensação de liberdade, a cada instante, transpassava seu olhar nas ruas movimentadas daquela metrópole. Um dia-a-dia que não podia ser seu!
Nômade e misterioso, o povo cigano aventura-se a manter as tradições do seu povo a qualquer custo, inclusive, a filha virgem somente terá voz dentro de casa, após casar-se. Ainda assim, tem a obrigação de submeter-se aos caprichos da sogra.
Doce liberdade, dizia ela para si mesma, enquanto circulava pelas ruas com sua mãe. Correntes e pulseiras de ouro pesavam-lhe sobre o corpo: uma pele a disfarçar o temperamento imperioso.
A música e a dança, estas, de fato, significavam seu melhor alimento e ao primeiro som, o calor costumava insurgir alforriado em meio a pulsação desse coração inquieto.
Nos passos sonoros da arte, seu espírito manifestava veementemente aos céus, a querença do alvedrio.