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Contos-->AMOR SALPICADO DE OUTONO -- 20/01/2007 - 00:21 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


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AMOR SALPICADO DE OUTONO




O chão se salpica de outono enquanto aprecia o frio vento soprar a árvore. Ela lacrimeja, respinga e, se for da natureza, prepara-se para secar.

Ah, sim, no inverno, algumas secam! Voltam-se totalmente para dentro e se fortalecem nas raízes. Renascem na primavera.

E eu, enquanto observo a deusa da terra, GAIA, abrir seus poderosos braços para asilar as folhas, agora órfãs, debruço-me sobre aquele rosto desnudo, pálido e roço minha face na sua. Célere, o calor eleva-se, corando o que não tinha cor.

O parque era meu. Só meu e dele.

Enrosco ali mesmo meu corpo, num amor arrebatador. A paixão se emoldura empoando fagulhas nos fragmentos de terra seca, muito seca.

Nada existe além do desenho das silhuetas no crepúsculo. Respiro entusiasmo e amargura. Minha alma desprende nós de outros enlaces e sai em busca da dele.

Por longos anos não soube dizer qual era uma, qual era a outra.

Implacável, o tempo trespassa as suaves chuvas de folhas douradas, coroa nossas cabeças de fios brancos e desmedidos vazios.

Raras são as folhas que por mero acaso sobrevoam agora nossos corpos. Algumas derramam fiapos de alegria e outras, enfim, lamúrias sobre nossa história.

Enquanto cai uma a uma, fito o horizonte, como se uma tela nos remontasse ao passado. De quando em quando, num átimo, ainda arrebanho um tolo, quase invisível fragmento desse amor de ontem.

Respiro profundamente e mergulho no efêmero lampejo antes que desapareça. Minha vida, não é vida sem ele.



Heleida Nobrega Metello, 2005
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