Marlene, uma viúva com 63 anos de idade, depois de ter vivido casada por mais de 35 anos com Antonio, um português proprietário de uma padaria em Duque de Caxias, era uma mulher bonita e fiel a seu marido, muito dedicada às prendas do lar. Quando saia de casa, geralmente saia acompanhada de sua filha Cristina, hoje casada e mãe de um lindo menino. Alem dela, Marlene e Antonio também tiveram um menino, hoje, homem formado e herdeiro direto da padaria do pai. Antonio Carlos, (filho) também é casado e pai de dois meninos.
Após a morte repentina do marido, ocasionada por um infarto do miocárdio, Marlene foi obrigada a assumir a direção do comércio deixado pelo marido até que Antonio Carlos assumisse tal compromisso.
Antonio, com muito trabalho, pode deixar a família em boas condições financeiras. Uma boa casa, alguns imóveis alugados e uma renda mensal capaz de manter a mulher e os filhos, que na época ainda eram estudantes e estavam em plena adolescência.
Mesmo após a morte do marido, Marlene continuou se cuidando. Não deixava de pintar os seus cabelos e mantinha-se maquiada e sempre bem vestida. Com o casamento de seus filhos e a vida bem estruturada, ela resolveu viver tudo aquilo que não havia vivido na mocidade, quando casou com Antonio.
Aprendeu a dirigir, entrou em um curso de informática, comprou um bom computador e começou a fazer parte de comunidades nos sites de relacionamento. A nova vida motivou Marlene a sair de casa sozinha, freqüentar com as novas amigas algumas casas noturnas e até bailes da terceira idade.
As viagens de turismo começaram a acontecer. Tudo era novidade! Afinal ela não havia tido as oportunidades de conhecer outras cidades e até outros países. Agora Marlene parecia outra, parecia estar descobrindo a vida e seus prazeres.
Acompanhada por duas amigas, Vera (divorciada) e Lucia (também viúva), ambas descomprometidas e com a mesma faixa etária, Marlene faz a sua primeira viagem de navio, um cruzeiro, que sai do Rio de Janeiro, passa por todo o nordeste e norte do Brasil e chega a Miami. Foi uma viagem inesquecível. Ela e as amigas puderam ter liberdades sexuais jamais vividas em suas fases de adolescentes.
Marlene dizia que a menopausa em nada havia mudado o seu apetite sexual. O namorado (parceiro) era um homem mais moço que ela 20 anos, mas ela não o decepcionou nas transas sem comprometimento. Amorosa e fogosa ela liderava os encontros e as fantasias. Suas amigas ficavam impressionadas com a vitalidade e a disposição da viúva.
Entretanto ela não quer nenhum compromisso maior. Vê com freqüência o casal de filhos e seus netos; vai a cinemas e shoppings, bailes, encontros sociais e até nos jogos do Vasco da Gama, tudo sem obrigação.
Agora para completar a sua felicidade só falta realizar mais um sonho. Ela vai desfilar com uma roupa bastante ousada na Escola de Samba Império Serrano, uma paixão dos tempos de mocinha, quando ainda morava no Bairro de Madureira.
Após desfilar na Marques de Sapucaí cantando e o samba da Império, Marlene diz que já pode se aposentar definitivamente. Mas com todo esse gás, é difícil... Muito difícil a viúva alegre de Madureira se desfazer das sandálias altas, dos vestidos decotados e esquecer as noites com cerveja gelada e petiscos da orla de Copacabana e Ipanema.
Vida longa a Marlene e a todas as “viúvas e divorciadas” que gostam de viver a vida e sabem superar as dificuldades que ela nos apresenta!
