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Contos-->De OLHOS ABERTOS ao pé da escada -- 28/02/2007 - 19:49 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De OLHOS ABERTOS, ao pé da escada






Dia após dia, a menina vizinha olhava aquelas cortinas cerradas como a vida do lado de dentro: casulo que não se abria, não tecia fios de seda, não desvelava asas finas, transparentes, coloridas a voejarem livres em direção do horizonte.

No arremate de cada tarde, a sombra de uma pequena silhueta espreitava através da janela o vento que se espargia lá fora.

Os cabelos da jovem sentada ao pé da escada esvoaçavam, emaranhando os fios, enquanto apanhava folhas secas que se desprendiam do tronco-mãe, na terna despedida do verão. Guardava-as uma a uma, numa caixa de madeira talhada com mãos de artista.

Era uma cena ímpar e melancólica. As folhas não alcançavam o alto daquela janela, os sonhos passavam distante, o sorriso era estreito, sem a mínima chance de se alargar.

Já era quase noite, quando a campainha anunciou sua presença em meio à ausência de qualquer outro som.

Envolta em laço de cetim bege, adentrou a caixa de folhas secas. A caixa que outrora havia acolhido objetos preciosos de sua avó.

Numa mão, a doce menina vizinha fazia reverência aos retalhos do esplendor da natureza, na diversidade de formas e tons de marrom. Na outra, à vida, representada por um vaso de minúsculas violetas aveludadas para serem apreciadas a cada amanhecer e cuidadas com muito carinho, para não perecerem.

Tão-somente o início da cor da vida, a entrar para o lado de dentro.








Heleida, fevereiro de 2007
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