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Contos-->A panela de pressão -- 23/04/2007 - 16:54 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A panela de pressão

Fernando Zocca

Apesar do sucesso da gravataria e necessidade de pensar nos dribles a serem dados nos percalços armados por Tendes Trame, Grogue não deixou de tomar seus goles usuais. E quando isso acontecia, ele confundia Carpegiani com cartesiano, e de pressão com depressão.
Num sábado à tarde ele chegou envernizado e foi logo se acomodar na rede que tinha no quintal, bem debaixo da goiabeira. Se não fosse por um vizinho chato que sempre se incomodava com o volume alto, daria vazão aos seus dotes musicais dedilhando o teclado que comprara meses antes, a prestação, nas Casas Cacau.
Mas ao deitar-se dormiu e no sonho viu Célia, sua namorada daquele tempo em que Roberto Carlos, que completou 66 anos no dia 19 de abril, começava a compor suas canções.
Trabalhar na doceria, lá no saguão do velho cine Caetano, foi a melhor forma encontrada, pelos familiares, para justificar a crença de que Célia tinha alguma coisa a ver com cinema.
Se Lollobrigida em 52, ao fazer uma ponta em Fanfan la Tulipe, soubesse que inspiraria tanta gente, talvez tivesse começado mais cedo sua vida artística.
Grogue lembrou-se que Célia era encarregada por sua mãe de preparar o almoço para a família e que naquele sábado, ela (a Célia) tinha posto para cozinhar, numa panela de pressão, o feijão previamente escolhido.
Van não acreditava quando diziam ser a moça estouvada. Mas sentiu medo quando ela de forma inadvertida, depois de tirar a panela do fogo, sacou a válvula existente na tampa.
O repuxo que saiu daquele bico assemelhava-se ao esguicho forte duma mangueira d´água do bombeiro; o ruído lembrava ao feito pela passagem de um caça a jato. E do teto, minutos depois, pingava feijão e caldo, para o desespero geral do pessoal que logo atribuiu a imperícia da moça à presença do Grogue.
Célia quando viu que o fruto dos seus esforços voou pelos ares, saiu bufando e, de cabeça baixa, passou feito um furacão perto do Grogue; desferindo um chute fortíssimo no jacá, ela correu em direção ao quarto, onde se jogou na cama.
Van acordou daquele sono provocado pela girgolina e confundindo baixo calão com Carlão pequeno, esgoelou chamando a patroa.
Malu K. Grogue não era amélia, mas também suportava com muita galhardia o sufoco imposto pelo destino por viver ao lado do marido, (aquele purgante), pôde então ouvir:
- Mulher arrume a mochila que eu vou pro Pan.
Malu nem pensou em contrariar. Mais do que nunca poderia ter perguntado pela gravataria e os amigos, mas desistiu. Com Grogue, minha amiga, quem é que podia?


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