Sinto falta de minha mãe, não imagino onde ela possa estar. Não a vejo desde que nos separaram, anos atrás.
Às vezes eu caminhava no cemitério, ás vezes eu colhia flores, às vezes eu andava pelas ruas à procura de algo.Eu andei ruas longas, penetrei em cada casa em busca de um rosto, fiquei anos em cada uma delas. E poderia ter ficado séculos.
As ruas estão cada vez mais compridas, os caminhos mais longos, os anos mais arrastados...
As aldeias cresceram, e crescem a perder de vista, e isto só dificulta o meu trabalho.
As florestas petrificaram-se, e árvores já não existem mais.Cada vez menos abrigos contra este sol escaldante.
Por isso preciso da noite para caminhar.
Os caminhos estão muito longos, por isso nem ando mais. Não existe rua deste mundo que não tenha percorrido, nem esquina que não tenha procurado.
Nos caminhos longos minha alma está perdida.Eu posso andar longas estradas, pairar sobre as cidades, e este terror ainda irá me atormentar.