Era branco,
Como todo seu traje
Delicado, feito em
Cetim, muito recato pois
Assim convinha a toda
Donzela de maior valor.
Era sorriso, era emoção
Era hoje, era o dia que
Esperara Maria…
De sua casa sairia
Envolta em sua inocência, a
Jurar seu amor ao amado,
Moço afamado de rara beleza…
Todo povoado
Entusiasmado acompanhava
O encontro dos enamorados.
A rua coberta de flores,
No chão tapete de pétalas
A acolchoar aqueles pés de anjo
Calçados em polainas amarradas
Com laços de fita…
Branca grinalda de jasmins,
Lábios doces rosados em carmim,
Tudo se achava conforme mandava
O figurino, ele todo garboso, já
Diante do altar a esperar o momento
Em que, de mãos unidas, tornaria
Sua esposa a doce e gentil Maria!
Era só encanto,
Todo juramento se fez ouvir
Ao mundo que se alegrava
Pela nova vida que viria…
Cânticos, preces e louvor ao novo,
Ao sonho que se concretiza.
Arroz, cumprimentos e o espanto!
Bem ali diante da multidão surge
O mal que ninguém viu, ele que
Louco, cego de ciúme se interpõe
Entre o povo e a ainda donzela,
E ali mesmo sem que ninguém
Suspeitasse atirou, e de vermelho
Tingiu o vestido de Maria.
Dor, agonia e gritaria…
Ela inocente nem imaginava
Esse amor desalmado, desse
Ser sem coração, que num segundo
Dizendo-se enamorado corta
Toda uma vida de louvação.
Minutos depois ela cai, vermelha da
Tinta maldita, do ódio, do egoísmo
E, olha ainda uma vez o seu amado,
Jurando a ele pertencer na eternidade!
Essa é a história de Maria, de puro
Amor e fantasia…