À semelhança da “Velha do Fogo” “Zé Marca Hora” também não pedia esmolas. Ele chegava, batia à porta dizendo:
-Dona, essa vassoura “mamué “mandou pra ‘sin-hora’. - A dona da casa apiedando-se dele, comprava a vassoura, ainda que no momento não precisasse daquilo, mas de qualquer forma, as vassoura de palha que Zé “Marca Hora” fazia, nalgum momento poderiam ter sua utilidade na casa.
Cada doido tem sua mania, “Zé Marca Hora” era conhecido com esse nome por causa da precisão com que reconhecia as horas, apenas olhando para o céu, mesmo sem sol, e o fazia em qualquer momento, bastava que alguém o consultasse. Até um menino, se lhe perguntasse as horas, mesmo que por anarquia, ele respondia: “é tal hora”. Podia conferir que a diferença não era maior nem superior a cinco ou dez minutos.
Não sei a hora nem o dia que José passou a consultar mais de perto o relógio do sol, pois não está mais em nosso meio. Mais de quarenta anos se passaram depois que o vi em 1965, já com idade avançada, entregando as vassouras que “mamuié” mandou.