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Contos-->Erudição Verbal -- 29/05/2008 - 09:37 (FAFÃO DE AZEVEDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esta quem me contou foi meu amigo João Pato, o defensor do Leblon.

Consta que a grande cantora Jovelina Pérola Negra, estava fazendo uma apresentação no restaurante ASA BRANCA, na Lapa. Sambista de respeito, Jovelina recebeu uma certa quantidade de ingressos para distribuir a seus convidados no dia da estréia. Recebeu e repassou quase que imediatamente para seus inúmeros amigos. Porém os ingressos terminaram antes que ela se encontrasse com seu compadre e sua comadre. Que situação!

Mas a Pérola Negra não se deu por vencida. Informou aos compadres dia e hora e disse que chegassem um pouquinho mais cedo que ela resolvia a parada.

Assim foi feito. Minutos antes do espetáculo, o cara da bilheteria, que também era porteiro, segurança, relações públicas e contabilista do evento, bateu na porta do camarim da artista:

- Desculpa o transtorno, Dona Jovelina, é que tem um casal aí querendo falar com sua pessoa.

A Pérola Negra sacou a jogada e saiu acompanhando aquele negão alinhado, de porte elegante, corpo atlético, educado e bem falante... falava com aprumo o sujeito, sabe como é: minhas condolências, minhas escusas, essas coisas.

Cheia de charme e malemolência, já foi explicando o caso: que eram compadres da mais alta consideração, que vieram de longe para prestigiá-la, que precisava de dois ingressos sem falta pois os de cortesia já tinham se esgotado, que contava com a compreensão dele... feito isso ele poderia contar também com sua solidariedade, patati, patatá...

O negão sentiu o drama e liberou as entradas, acomodou o casal numa mesa em boa posição, mas disse o seguinte:

- Tudo bem, Dona Jovelina, tudo nos conformes, tudo ajustado, tudo acomodado... mas, pelas regras da casa, vou ter que botar no seu borderô.

E foi aí que ela subiu nas tamancas e rodou a baiana:

- Botar no meu borderô coisa nenhuma. Se o Zezinho, meu marido, nunca botou, não vai ser você, só por causa de dois convites, que vai botar no meu borderô... quer saber... vai botar no borderô da senhora sua mãe.

24/12/2007 - publicada no Caderno de Contos
NEM TUDO É VERDADE 1
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