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Contos-->A DESCOBERTA DE UM TALENTO -- 23/06/2008 - 21:42 (Paulo Marcio Bernardo da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A DESCOBERTA DE UM TALENTO!

Divino é irmão de Cristina, filho do Sr. Tadeu e Dona Tereza. A família morava em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. D.Tereza além de fazer os serviços domésticos, ajudava o Sr. Tadeu no trabalho da pequena propriedade rural e ainda arranjava tempo para fazer as roupinhas das crianças. Todos moravam em uma casa simples, mas muito limpa e bem cuidada.

O Sr. Tadeu sempre foi um homem muito trabalhador e tratava de suas poucas vaquinhas, porcos e galinhas com muita higiene, dando-lhes boa alimentação e cuidados. As vacas davam-lhes o leite para consumo doméstico e ainda sobravam alguns litros que eram encaminhados diariamente a cooperativa da cidade. Da pequena criação de porcos eles também tiravam a ajuda para o sustento familiar e quando abatidos, eram também vendidos aos açougues do Município. As galinhas forneciam ovos, em média, vinte dúzias por semana que sempre foram vendidos na feira mais próxima. Fora essas rendas, ainda conseguiam vender banana prata e aipim, mas nada em larga escala. Apesar do serviço duro, o casal sempre teve fartura e conseguia comprar o necessário para ter uma vida sem luxo, mas repleta de amor e dignidade.

Dona Tereza só foi à escola para aprender a ler e escrever, entretanto conseguiu melhorar os seus conhecimentos com a ajuda do marido que não foi alem do primeiro grau, mas aprendeu o necessário para entender que não podia gastar mais do que recebia com a produção de sua pequena propriedade rural. Ele possuía o mais importante; a inteligência para saber lidar com o seu pequeno negócio.

As crianças; Divido e Cristina freqüentavam o Grupo Escolar e eram bons alunos. O menino, mais velho, com doze anos de idade já estava na oitava série do curso fundamental e Cristina com apenas seis anos, estudava na primeira série, mas já sabia ler e escrever. Os pais eram severos quando se tratava do estudo e dos deveres de casa. Quando chegavam da escola, por volta de meio-dia, eles trocavam seus uniformes, almoçavam e logo em seguida cumpriam com o horário de estudos em casa. Somente após cumprir as tarefas escolares eles podiam brincar até as seis horas da tarde, quando iam tomar banho, jantar e ver um pouco de televisão. Às (nove) vinte e uma horas, já vestidos com os pijamas de flanela, escovavam os seus dentes e juntos com os pais rezavam as orações da Ave-Maria, Pai-Nosso e Santo-Anjo e iam se deitar, pois no dia seguinte acordavam por volta das seis horas e cumpriam o mesmo ritual para iniciar o novo dia. A Oração matinal, a troca de roupas, café da manhã e a caminhada de quase dois quilômetros até a escola. Tudo na casa funcionava rotineiramente, mas com muita alegria.

Aos sábados e domingos, não mudando os costumes, Sr. Tadeu e D. Tereza, cuidavam da criação, regavam as plantas do pequeno jardim e dedicavam o fim de semana, após a missa na paróquia, aos lazeres que lhes eram permitidos. Tadeu e o filho iam para o campo de futebol de várzea, pois lá eles tinham compromissos com os Clubes que se reuniam todos os sábados e domingos. O primeiro jogo era dos meninos, e, Divino apesar de ter apenas doze anos, já fazia parte do time de adolescentes com mais de quinze anos de idade. Ele era bastante desenvolvido pela sua idade e tinha um talento dos bons jogadores brasileiros. A camisa de número nove lhe pertencia em todas as competições. Rápido e bem preparado fisicamente, Divino era o artilheiro do time e por sua habilidade era considerado um dos melhores jogadores da categoria em toda a região. Tadeu seu pai, também era muito respeitado por ser um eficiente beque central do time principal do Estrela Futebol Clube que sempre jogava aos domingos na parte da tarde.

Mas a fama do menino saiu do povoado e ultrapassou as fronteiras do Município. Certa manhã, em uma segunda-feira, o casal Tadeu e Tereza foi surpreendido com uma visita inesperada. Chegaram à sua casa em um carro novo e importado quatro homens. Dois deles se apresentaram como Diretores do Cruzeiro Futebol Clube e levavam um interprete e um holandês que nada falava de português.

Bem recebidos, aceitaram o café que D. Tereza acabava de passar e comeram broa de milho, pão caseiro e manteiga feita na propriedade. Na conversa amistosa e animada um dos Diretores do Cruzeiro falou de sua ida até lá. O homem holandês era representante de um time de futebol da primeira divisão holandesa e através de olheiros (caça talentos para o esporte) descobriram as aptidões diferenciadas de Divino. A conversa evoluiu até que aconteceu o inesperado. O time holandês propôs uma contratação, através de seu representante, para o pequeno craque Divino. O casal foi apanhado de surpresa, pois não sabia que o menino talentoso poderia ser descoberto na pequena cidade, principalmente na área rural do Município. A conversa demorou bastante. Enquanto esperavam pela vinda dos filhos da escola, Tadeu pediu que a esposa preparasse um almoço para os visitantes enquanto fazia questão de mostrar a sua pequena propriedade. Isso foi apenas uma manobra inteligente de Tadeu para que pudesse pensar melhor na proposta recebida. Andaram por entre as bananeiras e ainda comeram umas mexericas pelo caminho até chegar ao riacho.

Enquanto isso, Tereza tratou de chamar D. Florzinha, uma vizinha que lhe auxiliou em fazer um típico almoço à mineira. Por volta do meio-dia as crianças chegaram da escola e notaram o movimento estranho, nunca antes acontecido em um dia de semana comum. Um carro daqueles no quintal de sua casa? O que ele poderia estar fazendo ali? (Pensou o menino).

Não demorou mais de dez minutos e Tadeu volta com a comitiva ilustre. Divino foi apresentado aos visitantes e o holandês quase não conseguiu pronunciar seu nome. Na verdade, Divino não estava entendendo bem o que estava acontecendo. Após o almoço caprichado para motivos especiais, o menino já havia percebido a razão da visita. Tadeu pediu um tempo para pensar e marcou com a comitiva um novo encontro que seria feito na quarta-feira seguinte na cidade de Belo Horizonte. O Diretor do Cruzeiro disponibilizou um veículo que viria até a cidade (380 Km. distantes) para levá-los até a capital.

Somente após a saída dos visitantes ilustres, Tadeu começou a pensar sobre o assunto.
Valeria à pena seu filho trocar a cidadezinha do interior pela capital holandesa? E a saudade de seus colegas, parente e amigos? E seus estudos? A Igreja... e o Estrela Futebol Clube? As perguntas eram muitas para pensar e responder em apenas dois dias. Mas Tadeu compartilhou com a mulher as suas preocupações; pensou também na oportunidade única de aproveitar a sorte que lhes batia à porta. De inicio Tereza foi contra. Argumentou com o marido que o menino ainda era muito novo para se aventurar em um compromisso tão grande. Mas essa poderia ser a grande chance do pequeno Divino, e afinal ele por merecimentos deveria aproveitar do momento que poderia não mais acontecer. De comum acordo, marido e mulher resolveram colocar algumas regras para que esse sonho pudesse se tornar realidade.

Para a contratação do pequeno Divino eles também estariam dispostos a sair da pacata cidade do interior de Minas Gerais e enfrentar os desafios dessa viagem desconhecida e excitante. Só deixariam Divino sair do Brasil com um contrato familiar.

Mas para maior garantia sobre o acordo a ser proposto, Tadeu foi se aconselhar e ouvir o Dr. Gustavo, um advogado amigo da família e fazendeiro da região. Já na terça-feira, dia anterior ao compromisso de ida à cidade de Belo Horizonte, o advogado conselheiro fez uma minuta de contrato onde garantiria a ida de toda família até Amsterdã para conhecer a capital e ver se teriam condições de adaptação. Caso fosse de gosto da família, então seriam cumpridas as demais clausulas do contrato. Nelas estavam especificadas: emprego com bom salário para Tadeu. Compra de uma boa casa em nome da família. Compra de um veículo para uso familiar. Estudo garantido até o terceiro grau para Divino, Cristina e claro, um outro contrato para o futuro profissional de Divino.

Tadeu e Tereza acharam que o Dr. Gustavo estava sendo muito exigente, mas quem sabe o gringo holandês pagasse o preço exigido? Caso ele não aceitasse, Divino continuaria a sua vida junto com a família aqui no Brasil.

Depois de mais uma noite de espera ansiosa, ainda pela manhã chega o carro que levaria Tadeu e Divino até Belo Horizonte. Com a minuta do contrato debaixo do braço, pai e filho viajam para a capital mineira. A viajem é longa e a ansiedade aumenta a cada quilometro rodado. Chegando lá, eles foram bem recebidos, hospedados em um hotel cinco estrelas e marcaram para o dia seguinte a reunião que definiria o destino da família interiorana.

Tudo transcorreu com cordialidade e dentro do esperado. O enviado holandês pouco questionou sobre o contrato. O Cruzeiro Futebol Clube foi o intermediário da negociação e com a realização do negócio ganhou cinco por cento, o que representou alguns milhares de euros.

Ficou acertado que a família Reis, esse era o sobrenome de Divino, viajaria dentro de aproximadamente 15 dias para a capital holandesa. Lá iriam conhecer a cidade, escolher uma boa casa para morar, uma escola onde o casal de filhos de Sr. Tadeu e D. Tereza pudesse estudar e se adaptar. O pai de Divino também trabalharia no próprio clube, o FC Ajax (Amsterdamsche Football Club Ajax). Quem sabe até no Departamento de futebol.

Duas semanas mais tarde Tadeu, Tereza, Divino e Cristina deixaram a sua casa aos cuidados de um casal de amigos e embarcavam em Belo Horizonte para seguir viagem até Amsterdã. Ao chegar foram recebidos por um brasileiro que trabalhava como tradutor para o Clube holandês e o Diretor do Clube que fizera contato no Brasil. A família foi hospedada em um bom hotel no centro da cidade e marcaram novo encontro para a manhã do dia seguinte onde conheceriam as dependências do Clube Ájax e mais tarde a residência que se aprovada, seria comprada para a moradia da família Reis.

Tudo era novidade para a família interiorana de Minas Gerais. A dificuldade inicial era a língua falada. Entre a alegria e a felicidade, o medo da falta de adaptação com a escola dos filhos e a mudança radical de hábitos causava principalmente em Tadeu e Tereza uma insegurança grande. Entretanto, pouco a pouco a família foi vencendo as dificuldades e após noventa dias, Divino já era considerado um dos melhores jogadores mirins contratados pelo Clube holandês. Tadeu começou o seu trabalho, ficando responsável pela rouparia das categorias de base. Cristina foi matriculada em uma escola de adaptação para aprender as primeiras palavras da nova língua. D. Tereza que já sabia dirigir, mas não possuía habilitação, foi encaminhada a uma escola para motoristas, pois na garagem de sua casa estava uma BMW novinha a espera de um motorista.

Depois de um ano, a família Reis conquistou o direito as férias e logo marcou os seus lugares no primeiro vôo com destino ao Brasil. A saudade era imensa. Cristina já tinha um sotaque mineiro-holandês. Divido crescera e ficara mais forte com os treinamentos intensivos e com uma alimentação balanceada. O Sr. Tadeu e D. Tereza mais pareciam estrangeiros recém-chegados. Bem vestidos e com euros e dólares suficientes para gastar não deixaram de comprar presentes para toda a família e amigos. Nem mesmo o Dr. Gustavo e os companheiros do Estrela Futebol Clube foram esquecidos. Na chegada ao aeroporto de Confins precisaram alugar dois carros para transportá-los até o interior.

A chegada foi festiva. Todos queriam saber tudo sobre a capital holandesa, a nova vida, o trabalho de Tadeu e o sucesso de Divino. Entretanto o que mais eles desejavam era chegar a sua casa simples, comer um bom frango com quiabo e descansar. A casa estava muito bem cuidada por seus amigos que ficaram com a responsabilidade de mantê-la e conservá-la.

No dia seguinte após distribuir os presentes, Tadeu foi até a casa do Dr. Gustavo para agradecer a orientação jurídica recebida para a contratação de Divino. Nesse encontro o advogado e amigo comentou sobre uma fazenda vizinha à sua que estava à venda por um preço bastante atraente. Tadeu que conhecia a propriedade logo demonstrou interesse em adquiri-la. Os dois amigos então foram até o corretor e o brasileiro-holandês fechou negócio pagando à vista em euros. A fazenda era uma das melhores da região e a compra foi realizada com “porteira fechada” (com todos os móveis e utensílios).

No mesmo dia a família Reis se transferiu para a fazenda e presenteou a casa antiga aos amigos que haviam cuidado com zelo e carinho no momento em que precisaram se ausentar.

Dois dias depois, um domingo, Tadeu e Divino foram ao campo de várzea e lá vestiram e jogaram pelo Estrela Futebol Clube. O campo estava lotado de torcedores que queriam rever Divino, o novo talento descoberto pelo Ájax. Divido já mostrava um futebol de adulto, pois seu crescimento e preparo físico era dos melhores. Após o jogo comemorativo a festa foi bastante concorrida.

Na semana seguinte a família Reis deu algumas entrevistas à imprensa na capital mineira, e mesmo tristes, voltaram a Amsterdã para continuar no cumprimento do compromisso assumido.

Seis anos se passaram e Divino se tornou o maior jogador estrangeiro contratado pelo Ájax em toda a existência do clube holandês. Aplaudido e consagrado ele era o ídolo de uma torcida apaixonada e fanática, até que em um jogo amistosos de pouca importância a vida do talentoso jogador brasileiro muda repentinamente.
Em uma jogada maldosa um jogador do time holandês adversário, ao disputar uma bola machuca seriamente o atacante Divino. O jogo é interrompido para que o atacante seja atendido. A contusão tira de campo o jogador brasileiro. O médico do Ájax imediatamente encaminha Divino para uma clinica especializada. Lá são feitos os primeiros exames e há a confirmação de poli-fratura de tíbia e perônio. S. Tadeu, o pai amigo, companheiro, estava lá para ouvir as notícias pouco encorajadoras dos médicos ortopedistas. Divino teria que fazer uma operação de emergência as possibilidades de recuperação eram duvidosas.

Em pouco tempo também já estavam presente a clinica, D. Tereza e a irmã Cristina. Todos muito preocupados aguardavam pela saída do rapaz da sala de operação. Tudo havia saído bem, entretanto o médico cirurgião continuava apreensivo quanto à recuperação do atleta do Ájax.

A partir daquele dia a rotina da família Reis mudou completamente. Divino ficaria pelo menos um ano sem poder calçar as chuteiras que tanto o alegrava e que fizera a felicidade de seus pais e demais familiares. O seu futuro estava indefinido. Os momentos de glória deram lugar aos momentos de sofrimento e dor com a fisioterapia diária e o pouco avanço de melhoras. Aquele menino alegre e sonhador via pela primeira vez o seu castelo desmoronar, mas ainda sonhava em voltar aos gramados dos campos de futebol de todo o mundo.

Mas Divino precisava mais do que cuidados médicos. Ele precisava estar mais próximo dos seus amigos brasileiros. E contrariando os Diretores do Clube, Tadeu Tereza e Divino resolveram viajar para o Brasil e continuar aqui o seu tratamento. Chegando ao Rio de Janeiro, Divido foi atendido por uma junta médica desportiva que concluiu: dificilmente o jogador voltaria a jogar profissionalmente. Mas ainda assim recomendaram que as sessões de fisioterapia devessem continuar e mais, que também seria necessária a assistência psicológica, pois naquele momento a auto-estima do jogador precisava de cuidados.

Tudo o que podia ser feito, foi feito! Depois de um longo período de tratamento e recuperação o jogador não conseguiu voltar aos campos de futebol. A incapacidade física até então temporária transformou-se em definitiva.

O contrato foi cumprido pelo Aajx integralmente. O seguro contratado em beneficio de Divino foi pago, mas o sonho do talentoso menino foi interropido por um jogador estrangeiro mau, sem prestígio e anônimo nas manchetes de jornais esportivos.

Mas, apesar de todas essas adversidades na vida da família Reis eles continuaram unidos e venceram as armadilhas do destino. Voltando para Belo Horizonte, Divino voltou a estudar e conseguiu se formar em veterinária e sua irmã também se formou em odontologia. Ambos se casaram. Divino hoje mora na sua cidade natal. É proprietário da maior fazenda de gado leiteiro da região. Cristina tem uma boa clinica odontológica na capital mineira e o Sr.Tadeu e D.Tereza dividem as suas atenções para três netos e o casal de filhos prósperos e felizes.

Ainda que tenham tido problemas graves com o acidente de seu filho, o casal agradece a Deus pelo talento de Divino e pela oportunidade de uma vida abençoada. A verdade é que a chegada de quatro desconhecidos em um dia de segunda-feira na pequena casa onde moravam na região rural da pequena cidade mineira proporcionou-lhes conhecer a Europa, adquirir conhecimentos e ganhar uma importância em euros que jamais conseguiriam não fosse à habilidade em jogar futebol do seu filho Divino.

Os filhos também eram agradecidos, pois a fé, o amor e a união familiar foram fatores decisivos para continuar com os princípios de educação que adquiriram de seus pais e a continuação dessa educação familiar poderá ser o sucesso dos próximos descendentes da família Reis.

Ah... Divino hoje ainda joga futebol amistosamente é claro, defendendo o Estrela Futebol Clube, onde tudo começou!

23/06/2008
Paulo M.Bernardo


*** A família é a célula que determina os resultados!

*(texto sem revisão).









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