PELA MANHÃ ELE CUIDADA DOS VIVOS-SEMI-MORTOS ARRASTAVA A CRUZ DE CADA UM COMO SE FOSSE O SIRINEU, CUIDAVA DE SUAS FERIDAS E BANHAVA CADA CORPO ATÉ QUE A PODRIDÃO DA VIDA ESTIVESSE LIMPA PARA A MORTE.
À TARDE OS SEUS OLHOS SORRIAM PARA A BRANDURA DO SOL POENTE, CAMINHAVA SOB AS ÁRVORES QUE LHE ROUBAVAM A PRESENÇA DO CÉU E ANTECIPAVA-LHE A NOITE. SORRIA PARA A PRIMEIRA ESTRELA E FAZIA UM PEDIDO ABSURDO.
CHEGAVA EM CASA CANSADO, ATIRAVA-SE SOBRE OS LENÇÓIS BRANCOS E OS IMAGINAVAM VERMELHOS, ATÉ QUE O SONO CONSUMISSE A ÚLTIMA COR DO ARCO-ÍRIS DO SEU SONHO.
QUE OS FILHOS DESCESSEM DO TETO E VIESSEM AMAMENTAR, JUNTO AO ATO DE AMOR. FICAVAM ALI ATÉ O AMANHECER DO DIA, OS QUATRO JUNTOS - A ÚNICA HORA NORMAL DO DIA-.
TOMAVA CAFÉ CORRENDO E CORRENDO DESCIA QUATRO QUARTEIRÕES PARA CHEGAR AO PONTO DO ÔNIBUS, VENCIA O RELÓGIO DE PONTO E SENTIA DE NOVO O TREMOR QUE LHE FAZIA CUIDAR DOS VIVOS, MORRER E RESSUSCITAR.