Regressou à pensão onde Marie o esperava para servir-lhe o almoço. Patrícia, a garçonete, provocava-o exibindo um lindo par de pernas, à medida que Lucas se excitava com o seu bamboleio. Marie, indignada com a cena, advertiu-o:
– Cuidado com essas mulheres! Elas não podem ver gente de fora que começam a se emperiquitar, dispostas a atrai-los e transarem com eles; mas, todas estão predispostas a dar o golpe do baú. Destinam-se a conquistar o homem e, depois, apresentam-se com um filho na barriga; aí vem o desmantelo. São todas bandidas! Só aqui, eu conheço mais de dez mães solteiras. A Patrícia só tem dezoito anos, e é mãe de dois filhos de pais diferentes. Hum! Essas piranhas...
Lucas concentrou-se nas curvas da moça que continuava a estimular seus instintos. Fazia um bocado de tempo que não se deitara mais com uma mulher, e se rendeu ao apelo vigoroso do sexo naquele instante. A última vez foi com Lana.
Marie retirou-se resmungando, ao sentir que falava com as paredes, mas, aquele não era o dia de Lucas. Um homem de meia estatura, queimado pelo sol, fisionomia não muito amigável, entrou, sentou-se a uma mesa próxima do balcão de serviço, e fez sinal para Patrícia.
Marie cochichou com Lucas:
– Esse aí é o pai de um dos filhos que ela tem. Ainda continuam mantendo relações. Tenha cuidado, que ele não é de boa raça.
O amante de Patrícia dava sinais de aborrecimento. A certa altura, deixou o local, e ela o acompanhou disfarçadamente, com um sorriso malicioso nos lábios, olhando de viés.
Decorridos dez minutos, retornou sozinha, gingando como se nada tivesse ocorrido. Voltou-se para Lucas e continuou o jogo de sedução. “Ela é gostosa, mas, também é cínica e insensível” raciocinou Lucas consigo mesmo. “É melhor cair fora enquanto é tempo. Não vale a pena arriscar. Marie tem razão".