Nos meus passeios, quando eu saía perambulando descontraidamente pelas ruas, era comum ver, nas casas comerciais e edifícios, placas de propaganda sobre todo tipo de negócios. Na minha ociosidade, distraidamente, eu ia me divertindo com os erros gramaticais que neles apareciam e até me deleitava com as fotos de mulheres nuas ou seminuas, carros, motos, últimos lançamentos de moda e tantas outras variedades de propaganda.
Certo dia, numa dessas minhas andanças, mudei um pouco a rota e quando passava por uma rua estreita, de pouca movimentação, deparei-me com um letreiro em uma casa de segundo andar, o que me obrigou, devido à curiosidade que tomou conta de mim, a parar, um tanto intrigado, e reler aquele anúncio fantástico. Estava escrito e eu confirmei depois de ler umas quatro ou cinco vezes: "PRECISA-SE DE UM AMIGO". Letras fortes, ajustadas e bem claras. Naquele momento, eu não sabia até que ponto chegava a veracidade daqueles dizeres, ou se tratava-se de alguma brincadeira entre uma turma de amigos que tivesse transformado aquela casa em um ponto de encontro.
Mesmo com esse pensamento, a minha curiosidade não ficou satisfeita, mas apesar de tudo, eu prossegui meu caminho, deixando de lado a casa, o letreiro, as conjeturas... Tudo.