Nasceu uma estrela das mais brilhantes. Dorida, a moça olhou o céu, as roupas no tanque e o suor brotando de minúsculos poros. Ouvia as vozes lá dentro, de dentro de si vinha o brilho da estrela, de suas mãos nascia o milagre que movia aquela casa. Ela sabia, ela tinha a certeza agora, porque era ela que brilhava no céu, eram as suas mãos que faziam urdir toda espécie de felicidades naquele quinhão de sonhos que lhe fora reservado. Era ela que se movia no céu, elevando o brilho e a orbe junto com as outras companheiras de espécie, a das que reluzem.
Nasceu um fulgor em seu olhar enquanto ela contemplava a Via Láctea e seu sumo, o suco das noites maravilhosas. Lembrou-se de todas as que havia passado e refulgiu uma pequena lágrima de gratidão em seu rosto sofrido, embora ainda resguardando a juventude.
Só parou de pensar quando seu menor, em silêncio, veio pegar em sua saia e lembrar, a voz pequenina que lhe aqueceu o coração.