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Contos-->o medo -- 12/12/2009 - 14:42 (josé paulo pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O medo

Alguma coisa estranha havia acontecido nessa pequena aldeia. As pessoas que lá moravam estavam com muito medo, verdadeira paranóia. Mal o sol se punha e as portas se fechavam. As luzes se apagavam e havia um silêncio assustador. Às vezes um candeeiro deixava sua luz tênue passar pelas frestas de uma janela, mas por muito pouco tempo. Com qualquer ruído de passos se aproximando, era logo apagado.
Não adiantava gritar, pedir, implorar. Mesmo a igreja e a casa do padre mantinham-se na mesma situação.
Fazia muito frio. As mãos e pés gelados daquela mãe, carregando uma criancinha no colo, com o narizinho escorrendo, encolhidinha, com as bochechas avermelhadas, pareciam não ter condições de sustentar o martírio daquela noite. Eram azuis e brilhantes os olhos daquela criança.
Talvez a farmácia! Mas, nada. Só latidos de cachorros, parecendo ferozes, indicando ser prudente ficar mais longe.
Teria havido uma epidemia? Um assassinato? Algum bandido muito malvado e desumano estaria solto?
A criança chorava. Até que o choro poderia, quem sabe, sensibilizar alguém. O choro aumentava, pela fome e pelo frio. O frio era intenso e, por certas horas havia um vento tornando aquilo muito pior, insuportável.
O ruído de um avião, com suas luzes piscantes era ouvido lá de cima, muito distante.
Andou até o fim de uma rua e viu um caminho estreito que levava a um sítio, uma roça. Imaginou que num sítio pudesse ser diferente. As pessoas poderiam ser mais solidárias e não terem tanto medo. Andou, andou e notou que as pernas doíam, pelo cansaço e pelo frio intenso. Apertava a criancinha nos braços para protegê-la e aproveitar um pouco do seu calor.
O ruído dos sapos dava a idéia de mais frio, pela proximidade de um brejo. Mas havia tantos sapos e seus cantos, talvez, fossem cantos de alegria.
Uma casinha pobre, de sapé e pau-a-pique, eliminava uma fumacinha pela chaminé. O silêncio era o mesmo. Percebeu que a luz de uma lamparina se apagou. Percebeu pelos buracos no pau-a-pique.
Cada vez mais achava que não iria suportar aquela noite. A criança morreria em seu colo.
Viu um curral e uma cocheira. Havia vacas deitadas. Foi se aproximando, devagarzinho. Uma ou outra se levantou. Num canto, uma vaca pintada parecia ser mansa e estar bem acomodada. Alisou sua anca, com carinho. Deito-se ao seu lado e acomodou a criança. Só temia que a vaca se levantasse, de repente, e pudesse machucá-los.
Passou a noite quentinha naquele ninho de capim e vaca.
Que bom que os animais são irracionais!
Ao clarear o dia imaginou que deveria sair novamente, procurando remédio para o filho doente. Imaginou que, à luz do dia, as pessoas voltam a ser humanas!
Que tenha boa sorte!
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