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Contos-->A SEREIA -- 31/03/2011 - 08:03 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A praia distava duzentos e cinquenta metros da pensão. Da janela do quarto, Samuel podia apreciar a esplêndida paisagem que se limitava com o infinito. O sol, quando nascia, espalhava seus raios dourados por sobre as águas, e apresentava um espetáculo fascinante que ofuscava e arrebatava o observante. Era uma das razões por que tal local constituía-se num foco de atração turística.
Saía todas as manhãs em longa caminhada, depois, abrigava-se em um recanto distante contemplando as águas que, sacudidas pelos ventos, saltitavam contra os rochedos, ou se entranhavam na areia. O panorama instigava-o a cantar, fazendo coro com a orquestra barulhenta do oceano. Ele cantava seu canto nostálgico diante do mar, e o mar o aclamava através de suas ondas, e as ondas inquietas gritavam jogando-se contra ele. Vieram os pescadores que se puseram a escutá-lo, aplaudindo com entusiasmo o estranho homem que cantava descontraidamente sobre o rochedo.
– Bravo! Bravo! aclamou alguém ainda batendo palmas.
Samuel agradeceu, mirando-os com simpatia.
– Nós o vimos quando chegou. Está hospedado na pensão da Marieta?
– Sim, estou.
– Aquela mulher é uma víbora perigosa. Tenha muito cuidado com ela, porque da sua língua ferina só escapa quem avoa. E muito alto!
– Não se preocupe. Nada tenho a esconder. Ademais, não sou daqui... Estou só de passagem.
E continuaram as indagações:
– Você é um artista?
– Não. Eu não sou um artista.
E prosseguiam:
– É casado?... E a família?...
– De onde você é?

Na vida alheia, pelo visto, não era só Marieta que gostava de se meter. Indiferente às perguntas indiscretas, Samuel permaneceu por uns minutos em silêncio, tomou assento na areia, e começou a lhes contar histórias sobre o que presenciara durante sua odisséia, antes de aportar naquela cidade. Os nativos, impressionados com suas narrativas, surpreenderam-se descrevendo, igualmente, as aventuras vivenciadas no alto-mar. Eram casos de assombrações, confrontos com peixes gigantes, ondas violentas... O Poeta considerava as peripécias arriscadas daqueles homens rudes e valentes que todos os dias enfrentavam a bravura e os segredos do mar.
– Vocês já viram alguma sereia? perguntou-lhes durante um intervalo.
– Se eu tivesse visto, já teria abandonado a megera que tenho em casa, e a linda sereia não me escaparia nem que fosse preciso morrer no mar, falou um deles com ar de gozação.
Samuel evocou sua Sereia, pedindo a Deus que a preservasse desses abutres, enquanto ele não estivesse por perto para protegê-la. Ficou pensando onde poderia localizá-la. Acreditava seguramente que Deus já lhe houvera concedido permissão para retornar, na pele límpida e fresca de uma sereia. Só lhe restava aguardar o sinal que, sem dúvida, lhe seria dado. Estava convicto de que isso poderia acontecer a qualquer momento; portanto, fazia-se mister estar atento e preparado para atravessar as barreiras que, porventura, viessem dificultar-lhe a aproximação de Sara, a sua Sereia.
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