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Contos-->CONVERSA COM UMA BONECA DE PANO VII -- 11/04/2011 - 14:02 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando Eurídice, a minha noiva soube do meu envolvimento com a gerente, começou a se preocupar comigo, pois havia-lhe contado todo o ocorrido lá no Banheiro Público, até mesmo o caso do espião que me observava certo dia, ao sair de sua casa. Mas, depois da surra que a gerente havia levado, e me dediquei a dar-lhe assistência, num determinado momento, falou-me que eu já não era o mesmo, julgava-me distante até ao lado dela, não lhe fazia mais carinho como antes, e outras coisas mais. Na ocasião me desculpei alegando que me sentia cansado devido ao trabalho, e preocupado com o suposto processo que teria de responder. Eurídice acreditava nas minhas justificativas com ceticismo, e punha de lado suas suspeitas quando estava comigo, mas eu notava que não estava totalmente confiante naquilo que eu falava. Realmente, eu não sentia mais aquele apego depois que comecei a me interessar pela saúde da gerente. Por isso, a constante choradeira de Eurídice toda vez que estávamos juntos, a mesma cantilena. Até que enfim aconteceu. Acheguei. Eurídice sentada na varanda, nem sequer levantou-se para me receber; sem olhar para mim, falou com voz melancólica e decisiva: já entendi; tudo acabou. Você está livre de mim, pode seguir o seu rumo. Devolvo-lhe suas asas para que possa voar livremente. Tirou sua aliança e a pôs na mesinha ao seu lado. Fiquei atônito diante dela sem ter o que dizer, porque me pegou de surpresa. Ficamos os dois frente a frente calados, ela fitando o vazio, eu olhando para ela, não sei se ofendido ou aliviado de tal compromisso. Ao perdermos algo, de qualquer forma, sentimo-nos aniquilados mesmo que amanhã cantemos vitória diante do ocorrido. Na ocasião, Eurídice firme, eu prostrado, praticamente posto para fora do seu convívio. Nem lembro como me retirei naquele derradeiro momento. Eurídice emudeceu depois do que disse. E permaneceu calada. Nosso relacionamento era tão gostoso, a gente nunca brigava. Pequenos desentendimentos, mas passageiros, aconteciam e depressa desanuviavam-se. É claro que tentei várias vezes uma reaproximação, porém Eurídice, cabeça dura e decisiva, colocou um ponto final no nosso romance e cuidou de me esquecer porque, como me afirmou, sentia alguma coisa estranha no ar. Particularmente, eu concordei em parte, pois àquela altura, não tinha mais certeza do meu amor por ela. Vamos dar um tempo, pensei. Talvez depois, tudo voltará a ser como era antes.
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