De repente, viu-se só no mundo. Todos partiram. Restaram caras estranhas, rostos não familiares. A solidão definitiva arremessou-se sobre os seus ombros com um pesos insuportável, asfixiando os seus pulmões, pressionando o seu coração, retirando-lhe todo o alento para viver. Os olhos, refletindo a dor que sufocava o seu íntimo, ficarma turovos e inundados. Chorou silenciosamente. O pranto escorria morno e copioso. Tentou gritar, mas havia um bloqueio em sua garganta e o som não passava pelas cordas vocais. Estava à beira do desespero. Não tinha para quem apelar. E o choro continuava tumultuando o peito.
Transpirava muito. Não podia calcular quanto tempo mergulhara naquela situação crítica, naquela solidão monstruosa. Procurou se enxergar no espelho, mas o espelho não refletia as sua imagem. Será que morri? Perguntava a si mesmo.
Aos poucos, começou a escutar uma voz familiar, muito longe, bem longe. Depois, foi sacudido por mãos alvas e macias. O que está acontecendo? Ouviu nitidamente. Era a mulher, vinda do ignoto, tentando acorda-lo daquele hediondo pesadelo.
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