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Contos-->Mesa redonda de Usineiros - Um conto maldito IV -- 07/05/2001 - 18:17 (Bruno Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Continuação do conto de Kléber Schwartz, e Adolf Hitler, que vieram logo depois do de Ayra On – Mesa redonda de Usineiros – Um conto maldito.)

Enquanto Hitler e Schwartz davam goles esparssos nas suas cervejas e reconheciam o impasse da discursão, Fiuza e Arder ensaiavam um cordel em parceria, Denison fumava quieto em seu canto, e Ayra On vislumbrava o pandemoniun no salão comendo as batatas fritas que sobraram, com a cuba livre só com coca-cola e casamento. Lúcio do Espírito Santo aproxima-se caudalosamente para a mesa.
_ Boa noite _ exclamou o recém-chegado Lúcio Espírito Santo. Senhoras e senhores, aqui estou para confessar que não me agrada em nada esse ambiente de falso tropicalismo. Quero apenas dizer que concordei com este encontro em consideração ao Bruno e Ayra, que parece que agora estão numa boa.
_ Garçom, cadê minha cuba? _ esculhambou em alto e bom tom, Bruno Freitas.
_ Calma muita calma nessa hora! _ ironizou o Führer.
_ Opa, peraí! _ interrompeu Ayra On. _ Não vem com essa de tratá-lo como Führer.
_ Eu sei... Eu sei...
_ Duas por favor... _ Lúcio sentou-se aproveitando a bronca de Bruno, encomendando uma cuba livre, com coca-cola e rum também.
_ Como é que vai o Zé Pedro? _ perguntou-lhe Bruno.
_ Disse que não vinha, e preferia ficar em silêncio-cio.
_ Já disse que só quero espaço. _ continuou o Füh.. desculpe, Hitler.
_ Olá pessoal, aproveitando a deixa do Hitler, eu sou outro que queria mais espaço. _ interrompeu Douglas Lobo, vestindo um blusão berrante e surrealista. _ Será que devo fazer como tantos outros citando Denison?
_ Mas isso é por que EU SOU O CARA MAIS POLÊMICO DO USINA! _ disse Denison resurgindo do mundo longíguo que se encontrava. _ Aliás, sente-se aí Douglas, que vamos tomar um porre surrealista. Garçom, dois conhaques...
_ Com maior prazer. _ disse Douglas. _ Aliás, obrigado Bruno, e confesso que derramei algumas lágrimas surrealistas ao receber seu e-mail.
_ Não tem de quê.
_ Gente... _ disse Vânia Diniz que acabara de chegar. _ Vim, mas tenho voltar cedo pra casa e sonhar.
_ Seja bem vinda Vânia. _ disse Fiúza. _ E lembrando a todos, estou no concurso dela, e agradeceria se me prestigiassem.
_ E ele é bom mesmo. _ completou Milene Arder.
_ Quem é que vem lá?
_ Sou eu Félix Maier, vim aqui para encontrar face a face com o Espírito Santo de espírito de porco.
_ Calma aí gente! _ disse Bruno, interrompendo a conversa com Lúcio. _ Primeiro de tudo, não viemos aqui para brigar ou apanhar. Pois, sempre li e reli as tréplicas, kiloplas, e giglapas. E em cada uma delas existia a verdade, e ambos vocês têm toda a razão. E não é que sejam as verdades sob diferentes pontos de vista, e que cada um de vocês enxerga as coisas exatamente como são, com um critério idêntico ao do outro, portanto ambos têm razão. _ pois, foi como Fernando Pessoa, que Bruno se sentiu confuso com “a dupla existência da verdade”.
_ Tudo bem, tudo bem! _ replicou Félix Maier. _ Acontece que já havia dito que não mais iria treplicar, kiloplar, nem giglapar. É que fico irritado com esse tipo de censura.
_ Vai ver que pelo fato de ser Coronel, e ressentir profundamente o fim daquele regime, de que tanto gosta de exaltar. _ disse-lhe Lúcio.
_ É por isso que não me contive ao escrever a réplica que não devia._ contemplou Félix.
_ Bem pessoal, tenho realmente que ir... _ despediu-se de todos, Vânia Diniz. _ É que pra mim, o sol nasce as nove.
_ Tchau Vânia... _ disseram todos, enquanto bebiam surrealistamente Denison e Douglas, discutiam Félix e Lúcio, e declamavam cordéis Fiúza e Arder.
_ Bom, continuando aqui... _ interrompeu Hitler. _ O que é que você acha da democracia no usina, Bruno?
_ Bem, antes de tudo, quero ressaltar que leio de tudo no usina, mas o que não gosto mesmo, é da leviandade com que os textos são publicados.
_ Como assim? _ interessou-se Schwartz.
_ Explico: vejo muitos artigos publicados como contos, ou como cônicas, e até como textos jurídicos. _ respondeu-lhe Bruno. _ Mas se bem, que democracia é isso... Por isso mesmo é que não mais me preocupo, sigo publicando meus artigos que às vezes poderiam ser contos, ou ensaios, ou mesmo umas cônicas bem humoradas.
_ E aí Douglas, por que é que escolheu o surrealismo. _ perguntou-lhe Denison Borges, engasgando no conhaque.
_ Sei lá Denison... _ respondeu Douglas Lobo caindo de bêbado. _ É que o surrealismo sempre me atraiu desde que nasci, e que conheço profundamente tais obras.
_ E que obras são essas?
_ Sabe-se lá quantas, e justo agora, que nem sei mais onde estou.
_ Rua das putas, Núcleo Bandeirante, Snooker 36, pra chegar é só perguntar. _ disse o endiabrado Denison. _ Só não sei como é que você vai sair.... HÁ, HÁ, HÁ, HÁ, HÁ, HÁ, HÁ.
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