A gerente cada dia mostrava-se mais disposta. Eu acompanhava os estágios de sua recuperação com interesse especial, pois aquela mulher escondia dentro de si uma natureza enigmática, exótica que nem ela mesma poderia explicar.
Comecei a observar o seu corpo. Ela não era formosa, mas também não se enquadrava como feia. Tinha um corpo moreno de um metro e setenta, bem conservado com aparência de trinta anos de vida, cabelos castanhos escorridos sobre os ombros, um rosto retangular com dois olhos grandes um pouco azulados que apresentavam uma conotação diferente ao seu perfil patenteado por discreta sensualidade, nariz retilíneo, uma boca bem delineada que se revestia de um sorriso tímido na hora de sorrir. Seus seios ainda se conservavam rígidos e bem dispostos, suas belas pernas faziam chamar a atenção de qualquer observador. Tais atributos eram ofuscados pela roupagem um pouco austera usada na função de gerente do Banheiro Público. Eu reparava no seu pequeno traseiro quando ela me flagrou e perguntou-me assustada: por que me olha assim? Fiquei sem jeito e revelei que tinha um belo corpo. Ela indagou sorrindo: você acha? Notei que ficou satisfeita com meu comentário, pois de qualquer forma, as mulheres sempre gostam de ser elogiadas, principalmente quando se trata de seus dotes anatômicos. De repente, tornou-se séria e fitou-me com ar inquietante: você sabe por que o segurei no Banheiro Público, não sabe? Fiquei calado sem responder-lhe enquanto esperava a continuação daquele diálogo. Ela insistiu: não sabe? Repliquei: sim, eu sei. Ela continuou: não preciso dizer mais nada sobre o assunto; sinto-me constrangida e envergonhada; faltava-me força para controlar o meu instinto. Tudo em minha vida girava em torno do sexo, minha mente era um reduto de fantasias sexuais. Eu nunca me casei, pois os meus parceiros não suportavam minha obsessão e fugiam de mim apavorados. Foi quando me prostituí. É uma história muito longa que não poderei lhe contar assim numa simples conversa. Só sei que não pude me conter quando você apareceu, e comecei a arquitetar mil maneiras de seduzi-lo.
Ela estava severamente compungida pelo que havia praticado ao longo de toda a sua vida. Foi quando eu falei: você não deve se culpar assim. Hoje tem tudo para remir-se, caso deseje. Ela disse: mas é muito forte, muito forte, eu não consigo me dominar. Eu discordei: Tente apenas começar. Sua história terá outro rumo e você sentirá um sabor mais agradável. Ela então gritou: Mas eu não posso, sou viciada em sexo, sou ninfomaníaca, você entendeu? Meu desejo é mais forte do que eu. Calmamente, olhando nos seus olhos eu falei: você pode, sim. Basta querer.