Eu nunca sonhei com ele. Pelo menos não me lembro. O que é estranho, porque costumo sonhar com as pessoas que partem. Em fevereiro fará quatro anos que meu tio Márcio, irmão do meu pai, faleceu. Ele era tão novo! Apenas 48 anos.
Essa semana, acho que na segunda-feira, eu tive uma espécie de alucinação. Digo isso porque eu estava acordada. Tenho dormido pouco. Se deito às 22h00, acordo às 4h00. Ultimamente meu organismo parece não conceber mais de seis horas de sono. Mas cochilei, claro que cochilei. E durante esse breve sono, sonhei que descia uma escadaria. Tudo era muito iluminado. No primeiro degrau dessa escada, vestindo terno preto e semblante sereno, estava meu tio a minha espera. Ele sorria discretamente para mim. E em seus braços segurava um bebezinho. Acordei.
Bebezinho?! Tio, nem vem. Eu tomo Yas!
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