Seu meio de transporte era uma bicicleta. Ele amava uma mulher que também o amava, então resolveram se casar.
Mas ele gostava muito de sua bicicleta e muitas vezes saía a bicicletar e a mulher ficava sozinha em casa esperando o seu retorno. Um dia, porém, ela pensou consigo mesma: se eu não gostar de sua bicicleta, talvez perca o amor do meu amado. Em suas andanças, ele poderá gostar de outra mulher que goste de bicicletas, apaixonar-se por ela e não mais me querer. Eu adoro meu marido, por que não gostar também de bicicletas? Ah, também adoro bicicletas.
Foi então que, certo dia, aproximou-se do marido e disse:
- Amor, queria tanto passear de bicicleta com você!
- Você? Pensei que não gostasse, disse ele.
- Querido, eu adoro bicicletas.
Ele, visivelmente feliz, respondeu:
Nesse caso, partiremos amanhã de manhã e faremos uma grande viagem de bicicleta por aí afora.
No dia seguinte, partiram sem destino certo. Ela, toda produzida como se fosse a uma grande festa e ele, todo feliz, bicicletaram, bicicletaram e ninguém, nunca mais, tomou conhecimento do seu paradeiro.