(Continuação de meu próprio conto, que já havia sido continuação de Schwartz, de Hitler e Ayra On.)
_ Quem é que vem chegando ali?
_ Sou eu, Tarciso, com meu violão. _ apresentou-se.
_ Olha, não fui convidado, mas resolvi vir assim mesmo. _ disse Tarciso.
_ Puxe uma cadeira e sente-se aí! _ disse Bruno Freitas, interrompendo sua conversa com Schwartz e Hitler.
_ Fique à vontade... _ completou Ayra On.
_ Como é que vai Tarciso? _ disse ironicamente, Hitler. _ Até que enfim conseguiu comer sua prima!
_ Pois é, faz tanto tempo, mas parece que foi ontem. _ respondeu-lhe sem alteração. _ Trouxe o violão pra tocar umas músicas de minha autoria...
_ Toca Raul! _ bradou euforicamente através do surrealismo alcoólico, Douglas.
_ Eu preferia, se tocasse Debussy. _ esnobou Denison.
_ Eu e a Milene poderíamos fazer um repente improvisado, se tocasse uns acordes regionais. _ considerou Daniel Fiúza.
_ Mas é que só sei tocar minhas composições. _ respondeu Tarciso.
_ Ninguém esta mais interessado em ouvir composições próprias, pois, é de melhor recepção as velhas melodias que já estão infundidas no inconsciente coletivo da população... _ interrompeu Bruno.
_ Lá vem você, sendo caudaloso novamente. _ disse-lhe Lúcio.
_ Mas ele tem razão. _ disse Tarciso. _ Ninguém quer ouvir mais nada novo, e só se preocupam com o que já foi e o que é ainda consagrado.
_ Você não sabe tocar a canção do marinheiro (cisne branco)? _ perguntou-lhe Félix.
_ Por exemplo; gostava tanto de você, todo mundo canta... _ continuou Bruno.
_ Já disse que só sei cantar minhas músicas.
_ De repente, a gente pode improvisar numa música sua mesmo. _ disse Milene.
_ Eu queria que tocasse Debussy. _ repetiu Denison.
_ Toca Raul! _ repetiu quase em coro com Denison, Douglas, num estado de porre surrealista.
_ ... Ou até, eu sei do Legião... _ continuou impertinentemente, Bruno.
_ Prefiro ouvir suas próprias músicas. _ disse Schwartz.
_ ... Já ouvi muito também, sina do Djavan...
_ Toca aquela da prima, dos Raimundos? _ pediu Hitler. _ HÁ, HÁ HÁ, HÁ, HÁ, HÁ!
_ ... E que tal, bem que se quis da Marisa Monte? _ sempre impertinente, Bruno Freitas.
_ Pois, bem, esta música se chama asas. _ disse Tarciso. _ Mas não é a do Djavan.
_ Essa sim já ta no inconsciente coletivo do povo. _ continuou Bruno.
_ Toca Raul! _ disse Douglas Lobo, podre de bêbado, com seu amigo surreal, Denison Borges, que limitava-se a dizer que queira ouvir Debussy, ou mesmo Bethoven, pois os jovens de hoje em dia, não mais curtem a boa música clássica.
_ Deixa eu ouvir a música dele! _ gritou Schwartz.
_ Pode ouvir. _ disse o Hitler. _ Mas eu é que não vou pagar o couvert.
_ Ninguém vai. _ respondeu Tarciso. _ Vou cantar de graça e com exclusividade para os Usineiros aqui presentes.
_ Só não vale fazer apologias. _ interrompeu Lúcio. _ Como muito fazem alguns que aqui se encontram.
_ Alguém não! _ respondeu Félix. _ Sou eu né? E por que é que você não diz meu nome, hein espírito de porco?
_ Taí! _ concordou Bruno Freitas. _ Cabeça de dinossauro é legal, e está no inconsciente coletivo.
_ É você mesmo, inFélix!
_ Pois creio que você também faz apologias, ressaltando a sua censura pelo usina. _ disse Félix. _ Vai fazer censura na casa de sua vó!
_ Opa, peraí... _ interrompeu Ayra On. _ Não vamos ter que repetir de novo, toda aquela ladainha de Fernando Pessoa? Vamos?
_ Toca Raul! _ continuou Douglas Lobo, o surrealista.
_ Eu queria que tocasse Debussy?