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Contos-->CONVERSA COM UMA BONECA DE PANO XII -- 02/03/2012 - 16:52 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Senti que, por trás, alguém me dava um tapinha suave no ombro. Volvi os olhos com espanto e percebi a figura de Leonora que dizia: até que enfim reencontrei o homem de minha vida! Por que só agora? Fitou-me longamente e beijou-me no rosto. Fiquei entorpecido como se tivesse acabado de ingerir forte dose de algum medicamento alucinógeno; eu olhava e não acreditava no que via. Minha voz tremia: Você? É você, Leo? Há muito tempo imagino encontrá-la. Ela disse: Pensei que sonhava quando vi você. Quanta saudade! Apesar de mais madura, estava linda com aquela roupa jeans que delineava o formato do corpo. Ela falou que muita coisa havia acontecido na sua vida, contou-me um pouco de sua história e finalizou com o olhar fixo em mim: o nosso filho é um belo rapaz. Eu falei: nosso filho? Ela respondeu que ele era a minha cara, ia completar trinta e dois anos e mostrou-me sua foto de dois anos atrás. Ai perguntou: que acha? É nosso filho? Na verdade, ele se parecia mesmo comigo, e muito. Não havia motivo para negar. Pedi para ficar com a foto. Perguntei: ele fala sobre mim? Nesse ponto, sua fisionomia mudou: ele não sabe de você, nem de mim. Só sabe que sou sua irmã. Disse que quando seus pais a levaram para longe, o pai queria um aborto, porém sua mãe se opôs veementemente a tal procedimento e ela sustentou sua gravidez até o fim. A criança nasceu e o pai de Leonora decidiu que assumiria a paternidade. O único pedido dela aceito foi que ela daria o nome ao filho e ela disse: o nome dele será Tibério. Só isso. O menino seria tratado como seu irmão, jamais teria conhecimento da verdadeira situação; para todos os efeitos, Tibério seria filho legítimo dos pais de Leonora, ela, sua irmã mais velha, e eu um ilustre desconhecido. Pediu-me que procurasse não dificultar as coisas, pois estava casada há um bom tempo com um engenheiro civil, lamentou a circunstância do nosso reencontro, apesar de te ficado feliz em me rever. Deu-me um abraço carinhoso, sorriu-me e disse: cuide-se, quero que seja bem feliz porque você merece. Quanto ao Tibério, não se preocupe, ele está ótimo. É um médico bem sucedido e, brevemente estará se casando. A gente se dá muito bem, é muito afetuoso comigo, me chama de Leo, assim como você. Vitória, eu fiquei abestalhado, parado no meio da rua sem saber que destino seguir. Fiquei olhando a foto do meu filho Tibério não sei por quanto tempo e não pude impedir que uma lágrima surgisse em meus olhos. De repente, uma ventania emitiu seu sopro impetuoso e fez ruir meu castelo e levar os destroços para bem distante. Meu castelo fora construído sobre areia.
À noite, convidei Aline para sairmos. Entramos numa boate e nos divertimos bastante; por fim, decidimos ir para um motel. Eu nunca havia dormido num motel com Aline, e como ela era fogosa! Finalmente, ficamos a falar sobre o nosso passeio pelo parque de diversões. Ela te achou encantadora e disse que queria te ver mais vezes. Eu disse a ela: Vitória precisa de uma mãe e ela começou a rir olhando para mim. Depois dessa noite, saíamos com mais frequência e passamos a desfrutar melhor nossas aventuras.
Não soube mais de Eurídice. Ela simplesmente me pôs na geladeira, trancou-a por fora e jogou a chave no mar. Talvez tenha sido melhor assim. É verdade que eu a amava, mas ela descobriu que não era o suficiente, descobriu que faltava alguma coisa a mais para concretizar a união de um homem e uma mulher que se juntam para formar uma família. Certamente, eu nada fiz para reconquistar o seu amor e sua confiança, nada que apontasse qualquer sinal positivo, uma esperança de recomeço, simplesmente aceitei sua resolução passivamente.
Quanto à gerente, a última visita que lhe fiz foi bastante animadora, faltava pouco para reabilitar-se totalmente. Seu sorriso demonstrava que ela havia tomado uma importante decisão, seu olhar transmitia uma firmeza de propósito inabalável quando me fitou e disse: Tibério, agora sou uma nova mulher. O incidente muito me serviu para que eu pudesse parar e repensar no modo como estava conduzindo minha vida e partir em busca de um novo rumo. Assim que me reabilitar por completo, vou me cuidar, serei uma nova mulher, uma mulher normal. Ainda é tempo, não é? Respondi: com certeza. Você já sabe o caminho; é só segui-lo com determinação e coragem. Retirei-me feliz, porque ela já se transformara numa nova mulher.

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