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Contos-->DIÁRIO DO DR. MATHIAS - PARTE 3 -- 02/12/2013 - 21:21 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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PARTE 1 - PARTE 2 - PARTE 3 - PARTE 4 - PARTE 5 - PARTE 6 - PARTE 7 - PARTE 8 - PARTE 9 - PARTE 10 - PARTE 11 - PARTE 12 - PARTE 13 - PARTE 14 - PARTE 14 - PARTE 15 - PARTE 16 - PARTE 17

ADVERTÊNCIA:
O que se publica aqui na íntegra são anotações encontradas pela polícia de Juiz de Fora quando invadiu a residência do Dr. Mathias e libertou vários jovens, mantidos prisioneiros por mais de 2 anos. São vários cadernos. Não é possível precisar exatamente quantos eram. Quatro destes foram achados, mas haviam pelo menos mais três, cujo paradeiro ainda é desconhecido. A maioria das anotações não estão datadas, o que não nos impediu de precisar quando foram escritas embora uma pequena minoria não pode ser datada. Essas anotações, que formam uma espécie de diário, seguem uma ordem cronológica. Iniciam-se com um plano para sequestrar jovens a fim usá-los como escravos sexuais. Algumas passagens são assustadoras e descrevem em detalhes raptos, torturas, violência sexual e mutilação genital, o que nos leva a crer que se trata de alguém a quem podemos chamar de monstro, apesar de aparentar ser uma pessoa completamente normal.
****************

Juarez e Marineide já estão trabalhando há 3 dias. Ainda não fazem a menor ideia de que terei prisioneiros e menos ainda do que farei com eles. Por enquanto ele acha que, além de segurança, terá penas que ajudar a sra. Marineide nas tarefas de casa. Ainda não lhes mostrei o porão. Mas terei de fazer isso nos próximos dias, já que o técnico que contratei para montar o equipamento de filmagem virá daqui a 4 ou 5 dias. Por enquanto o gerador está dando conta do recado, mas ainda não está descartada a troca por um mais potente ou até mesmo a compra de um outro. Não vou poder me ausentar nesses dias. Depois de amanhã, porém pretendo ir ao Rio de Janeiro para ver Marcela. Se conseguir vê-la na parte da manhã, passo por Petrópolis a tempo de ver aquela outra jovem. Talvez até consiga descobrir o nome dela. Vou perguntar a um garoto ali da rua, essas crianças conhecem todas as outras das redondezas. E de mais a mais, obter informações de um garoto é menos ariscado. Não vai achar isso estranho e provavelmente não se lembrará de mim uma semana depois, menos ainda quando ela desaparecer.

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Fiquei observando a Marcela por uns dez minutos. Cada vez que a observo, mais tenho certeza de que é a vítima certa. Sinto o meu sangue pulsar toda vez que penso nela, no seu jovem corpinho nu atirado a uma cama, esperando que eu arrebata a sua pureza e deixe no lençol a marca de seu defloramento. Talvez isso nem venha a acontecer, porque não acontece com todas. Com aquela paciente não aconteceu. Rosemeire. Uma pretinha de 12 anos, com uma vulva grande e seios já formados. A mãe a levou porque pegou ela na cama com o namorado. Queria saber se a filha ainda era virgem e queria que eu desse algumas orientações. A menina confessou-me que havia deixado o namorado “pôr lá”, como ela mesma disse. Mas quando examinei, o hímen continuava intocado. Foi então que desejei ser eu a rompê-lo. Por que não pedir a menina para voltar outro horário, no fim do dia? A mãe aceitou. Disse que preferia que a filha viesse sozinha, pois sentiria mais à vontade. Rosemeire retornou no dia seguinte. Ela ficou mais de uma hora no consultório. Sedei-a um pouco demais e ela adormeceu. Deflorei-a assim mesmo. E ela não sangrou porque o hímen dela era complacente e mesmo com a espessura do meu pênis, resistiu. Isso foi uma daquelas exceções. Marcela não deve ser assim. Por isso não consigo deixar de imaginar, após o defloramento, suas pernas abertas e de dentro de si, através da vulva, escorrendo o meu sêmen misturado ao sangue dela. Ah, que deleite! Talvez eu venha a sentir um prazer mais intenso do que aquele experimentado durante o defloramento. Hei de segurar uma câmera e registrar esse momento para a posteridade. Aliás, estive com sorte hoje. Cheguei à Petrópolis e a avistei logo de cara a alguns metros de casa. Via-a conversando com um garoto de 6 ou 7 anos. Em seguida, deixou-o e foi em direção a sua casa. Aproximei e perguntei se ela se chamava Luíza. Ele disse que não, que era Sandra. Aproveitei e perguntei a idade. Imagine, ela só tem 10 anos. Tão jovem e já despertando os mais intensos desejos num homem! Pronto! Já sei o nome e a idade dela. Vou chamá-la de “Sandrinha”. E ela há de ser minha.

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Ontem, levei o Juarez para conhecer o porão. Como eu esperava, indagou-me acerca do que será aquilo. Disse-lhe que umas três pessoas vão morar ali. Ele ficou um pouco assustado e temeroso, provavelmente deduzindo que havia um mistério por trás disso tudo. Fiz questão de contar que essas pessoas seriam prisioneiras e que não poderiam sair dali sob hipótese alguma. Eu precisava testar a reação e a coragem dele. Expliquei-lhe que não precisava temer a presença da polícia, pois essas pessoas viriam de longe e jamais a polícia ou quem quer que fosse saberia da presença delas ali. Depois de se refazer da surpresa, ele teve coragem de perguntar por que essas pessoas tinham de ficar presas. Contei-lhe que as raptaria e faria delas minhas mulheres. Então ele perguntou por que eu tinha de raptá-las. Disse que era um tipo especial de mulher e que se não fosse dessa forma elas nunca aceitariam ser minhas mulheres. Não lhe contei que se tratam de jovens. E muito menos que pode ter um garoto. Melhor deixar para contar isso quando ele estiver acostumado com a ideia. Disse-lhe para não contar nada a Marineide, sobre hipótese alguma. No momento certo, eu mesmo falarei com ela. Disse-lhe também que uma das funções dele será evitar que elas possam fugir, caso consigam escapar das celas.

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Ao que parece, Juarez está digerindo rápido a ideia de ser cúmplice naqueles crimes. Talvez porque ele mesmo já tenha cometido um crime pior. Aliás, fiz questão de assegurá-lo que nenhuma delas será assassinada. Disse-lhe, para tornar seu ato mais vil, que o assassinato é o pior ato que um homem pode cometer já que a vítima nunca terá outra chance de levar uma nova vida. Quando lhe disse isso, perguntou-me se eu tinha intenção de soltá-las algum dia. Disse-lhe que sim, mas só depois de alguns anos. Se dissesse que não, isso poderia assustá-lo, já que teria de ser meu empregado por muitos e muitos anos. E de fato não posso mantê-las presas para sempre. Já não sou tão novo e não tenho muitos anos de vida. Quando ficarem mais velhas, também não me interessarão mais. Terei de soltá-las. Para tranquilizá-lo, disse que, quando fosse soltá-las, daria dinheiro suficiente para ele Marineide voltar para casa, comprar um bom imóvel, e viver sem trabalhar para o resto da vida. Disse que fugiria para outro país e antes que elas pudessem fazer a denúncia. Ele me fez uma série de perguntas durante quase uma hora em que passamos ali. Com paciência, procurei responder todas e tranquilizá.-lo. Aliás, só não lhe mostrei o Estúdio. Isso será feito nos próximos dias.

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Fui com Juarez até Juiz de Fora e comprei uma antena Parabólica, 3 TVs, 2 aparelhos de videocassete, cabos e outras peças para fazer a instalação. A própria loja mandará uma pessoa para fazer o serviço, apenas cobrou uma taxa a mais devido à distância. Vou deixá-lo montar a parabólica e ligá-la a uma TV na sala. Quanto às outras duas, eu mesmo farei a instalação e puxarei os fios. Não quero que alguém dali, da cidade, saiba que naquela casa tem aquele porão, ele pode achar isso muito estranho tudo aquilo. Não se deve dar sopa ao azar. Isso pode me causar problemas no futuro. As pessoas têm memória curta, mas um fato estranho não desaparece assim tão fácil. Uma notícia na TV ou no jornal pode levá-lo a fazer conjecturas. Por isso é bom evitar.

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Acompanharei atentamente a instalação e farei algumas anotações a fim de aprender a fazer eu mesmo. Pedirei ao Juarez que também observa para me ajudar. Ele quem terá de fazer o resto. E também, qualquer problema no funcionamento, será ele quem terá de consertar. Para ver se o gerador suportava o peso, liguei todos os aparelhos e as luzes da casa. Deixei tudo ligado por mais de uma hora. Não houve problema. Ao que tudo indica não vou precisar gastar com um novo gerador. Menos mal.

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Já está quase tudo pronto para receber meus prisioneiros. O estúdio foi montado. Foram instaladas três monitores em três cantos da sala. Uma das câmeras foi fixada no teto, através de um cabo, o que a fez descer até o meio, entre o teto e o solo. No entanto, ela pode ser girada em qualquer direção. Três estão sobre tripés que também podem ser arrastadas, giradas em qualquer direção ou até mesmo abaixadas ou suspendidas de acordo com a necessidade. Todas elas têm um sistema de iluminação próprio, o que evita que algumas imagens fiquem escuras. A quinta câmera não está presa a nada. É uma câmera portátil que pode ser levada para qualquer lugar, até para fora do quarto. Essa inclusive não tem fios ligados ao aparelho responsável pela gravação das imagens. A imagem dela é gravado nela mesmo, numa pequena fita que fica dentro dela, a qual é posta dentro de uma fita VHS maior para que possa ser assistida no aparelho de videocassete. É a última tecnologia em termos de câmera de filmar. Por outro lado, a microcâmera é ligada ao aparelho de gravação, portanto só pode ir até aonde o cabo dela der. Mas isso não é problema, porque o cabo é bastante longo. O importante é que ela é bem pequena, do tamanho do dedo mindinho. Tentei achar uma menor ainda, mas não foi possível. Tentarei quebrar o galho com aquela. O sistema de gravação e ao qual todas as câmeras ficam ligadas ficou num canto do Estúdio, do outro lado da entrada. Durante mais de uma hora os rapazes, dois jovens de aproximadamente 25 anos, me ensinaram a manejar todos aqueles equipamentos. Um deles não sabia falar português e conversava com o outro em coreano. Para explicar a instalação daqueles equipamentos, contei a mesma história que contara até então. Disse-lhe que drogas seriam testadas em ratos, porcos e até cachorros e que em alguns casos, estes passariam por cirurgias, as quais tinham de ser filmadas. Quanto aos filmes, estes seriam mandados para universidades de São Paulo e até para o exterior. O que falava português quis saber se eu era um cientista famoso, disse-lhe que já tinha alguns trabalhos publicados, mas alguns cientistas conceituados do que também viriam fazer parte da equipe. Acho que essas explicações o satisfez.

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Retornei à Juiz de Fora hoje e comprei um manequim e uma boneca inflável num sex shop para que eu pudesse testar, da forma mais real possível, os equipamentos de filmagem. Quando minhas prisioneiras chegarem e forem até li, quero estar preparado para captar as melhores imagens. E nada pode dar errado. Um defloramento não pode ser gravado duas vezes. Quero guardar essas filmagens para o caso de ter de abandonar aquela casa e fugir. Assim levarei esses vídeos comigo. Há muita gente na Europa, Estados Unidos e na Ásia que pagariam um bom preço por cópias desses filmes e até trocaria por outros tão interessantes quanto esses. Não que eu tenha por objetivo vendê-los e ganhar dinheiro com isso. Tenho mais do que posso gastar. Mas vá que tenha de fazer! Instalei, bem no meio do Estúdio uma cama de solteiro. Rodei a cidade toda até encontrar aquela que tinha em mente, já que precisava ser resistente o suficiente para aguentar o meu peso e daquelas meninas, ter onde amarrá-las, pois na maioria das vezes em que fossem levadas ali teriam de ser presas à cama para que não me agredissem ou tentassem escapulir. Como eu não queria nada alto demais, pedi o Juarez para serrar os pés dela e fixá-la no chão. No teto, num dos lados, foi fixado duas argolas de ferro (uma cerca de 30 cm da outra), das quais partem umas cordas de náilon. Pode ser que eu queira dependurar alguém, tanto de pé quanto de cabeça para baixo; ou pelos membros! Aliás, contei que filmarei minhas esposas enquanto faço sexo com elas. Ele me perguntou se eu “ia produzir filmes eróticos”. Eu disse que seria mais ou menos isso. Não pretendo contar com ele para fazer esses filmes, mas talvez venha requisitá-lo mais pra frente, quando ver que ele não se horrorizá com as cenas.

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Embora não tenha muita experiência, Juarez chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro em algumas construtoras antes de cometer aquele crime. Essa experiência foi de grande utilidade. Ele me ajudou a fixar algumas barras de ferros no piso. (Aliás, o manequim e o boneco inflável foram de grande utilidade para que eu pudesse decidir onde essas barras de ferros seriam colocadas.) Ocorreu-me de instalar um espelho quase do tamanho da cama no chão, ao lado da cama. Terá de ser bem espesso para aguentar o nosso peso. Vou possuí-las sobre esse espelho. Será sensacional vê-las sendo penetradas através desse espelho. Elas mesmo poderão ver. Indagou-me qual a finalidade daquelas barras e porque tinham de ter furos. Expliquei que, em alguns casos, amarraria minhas esposas em determinadas posições e depois as filmaria. Como ele me parece inteirado do principal, comecei a lhe dar mais detalhes do que acontecerá naquele porão. Disse-lhe que, para manter minhas esposas sob controle, terei de impor-lhes regras duras e se alguma delas desobedecê-las terá de ser duramente castigada. Aquele local será usado para isso, dai as barras de ferro e os furos nelas. Elas serão amarradas em determinadas posições e então castigadas. Ele não fez mais perguntas. Mas percebi no seu semblante que coisas nada agradáveis passaram-lhe pela cabeça.

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Juarez preveniu-me que Marineide vem fazendo uma série de perguntas sobre o que há “lá embaixo”, já que eu ando passando muito tempo com ele lá. Ele disse que falou que era somente um salão e onde “patrão trabalha”. Ela quis saber o que eu faço. Ele respondeu que não é da conta dela e que no momento certo eu mesmo direi. Por isso achei por bem começar a contar-lhe a verdade. Tivemos uma reunião cerca de meia hora atrás. Disse-lhe apenas que lá embaixo iam morar pessoas e que a função dela era fazer comida para elas. Ela me fez uma série de perguntas. Algumas eu as respondi, outras, para não deixar sem resposta, pois uma pergunta sem resposta é um campo fértil para as mais absurdas suposições, recorri á mentira. Ela ficou um pouco assustada e receosa quanto às essas pessoas. Disse-lhe para não temer ou se preocupar. Essas pessoas não eram perigosas e de toda forma estariam presas. “Se não são perigosas, por que tem de ficar presas”, ela perguntou. Expliquei-lhe que era para não fugirem. Sobre quem eram essas pessoas, fui evasivo. Disse-lhe apenas que era um casal. Por fim levei-a lá em baixo e mostrei-lhe o porão.

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Finalmente chegaram os portões de ferro. Um será instalado no corredor que dá para o estúdio. O outro, no meio das escadas que dão para o porão. Não vou confiar apenas numa porta e no alçapão. Eles serão trancados por uma chave e um cadeado. Uma cópia ficará comigo e a outra com o Juarez. Tenho de confiar isso a ele, não há outro jeito. Aliás, dei alguns detalhes à Marineide sobre os meus prisioneiros. Disse-lhe que a princípio seriam duas jovens. Ela quis saber o motivo de ter de mantê-las presas. Disse-lhe que seriam minhas mulheres. Falei que um homem da minha idade casar com mulheres bem jovens é muito comum em vários países da África e do Oriente Médio, mas que no Brasil infelizmente isso é crime. Por isso eu tenho de mantê-las presas. Ela perguntou se eu vou “sequestrar elas”. Eu menti. Disse que não. Que os pais eram pobres, com muitos filhos, e que “vão me vender elas para sustentar os outros filhos”. Foi a desculpa que usei para tornar a coisa menos horrível. Marineide é uma mulher pobre e sabe das dificuldades. Para confortá-la, menti, dizendo que não faria mal às meninas e que elas só iam ficar presas por algum tempo, quando fossem um pouco maiores e não quisessem fugir mais, eu ia tirar elas de lá e elas poderiam morar lá em cima. Claro que isso não acontecerá. Pelo menos para a maioria delas. Quem sabe até consigo convencer uma delas a viver aqui em cima comigo.

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[22 de dezembro de 1981]
Faltam dois dias para o natal. Como forma de agradar meus empregados, prometi a ambos levá-los à cidade para que pudessem telefonar para seus familiares. Deixei bem claro que isso só será permitido dessa vez. Nas demais, se quiserem se comunicar com os familiares, terá de fazê-lo através de cartas. Permiti-lhes que uma vez a cada dois meses, possam enviar uma carta. Disse-lhes que eu mesmo me encarregaria de postá-la em Juiz de Fora. Vou cumprir a promessa, mas, quando for pô-las no correio, o farei em outra cidade. Não quero nenhuma ligação deles com Juiz de Fora. Tanto é que vou com eles ao Rio de janeiro a fim de que telefonem para seus entes. Vamos cedinho e voltaremos ao anoitecer.

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Embora tenha ido ao Rio de Janeiro, não deixei aqueles dois as sós um minuto. Fiz questão de estar por perto quanto telefonaram para casa. Havia orientado ambos de que não dessem detalhes de seu trabalho. Disse a Marineide para dizer, caso alguém perguntasse, que estava trabalhando de doméstica numa casa de família no Rio de Janeiro. Ao Juarez, disse para fazer o mesmo, mudando a profissão de “doméstica” para “jardineiro”. Liguei para meu filho. Ele me recebeu de forma fria e com um certo rancor. Fiquei profundamente triste com isso. Mas fazer o quê? Às vezes, temos de pagar um preço muito alto pelos nossos atos. Viver o resto da vinda longe dele, não estar ao seu lado nos momentos em que ele precisar, não estar lá quando ele se formar, quando ele se casar, quando o primeiro filho nascer... Ah, quantos momentos importantes perderei. Sei que ele também se lembrará de mim nesses momentos. Talvez chegue mesmo a pensar em me perdoar e desejar que eu estivesse ali. Mas não estarei lá. Ele não vai poder me pedir perdão. Não posso voltar, não se pode simplesmente fazer de conta que nada aconteceu. Eu mesmo nunca esqueci o que fizeram comigo. A mãe não deixará que eu me aproxime. Jamais. Por falar em aproximar, fiquei tentado passar diante da casa de Marcela para observá-la, mas achei arriscado demais e Juarez e Marineide estavam comigo. Não posso deixar que saibam onde viviam as minhas vítimas. Assim, voltamos a Juiz de Fora ao cair da noite.

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Aproveitando esse intervalo entre o natal e o ano novo, ausentei-me por dois dias e fui até São Paulo comprar uma câmera de reserva e uma grande quantidade de fitas VHS virgens para as filmagens. Algumas serão usadas para eu fazer experiências. Vou usar principalmente a boneca inflável para decidir a melhor forma de possuir a Marcela e a Sandra. Como o primeiro defloramento é o mais importante de todos, tem de ser feito de forma que a filmagem não fique ruim. Na hora não vou me preocupar com isso. Nem vou conseguir. Vou estar dominado pelo prazer e completamente fora de mim. Comprei um grande rolo de cordas. Acabei optando pelas de algodão. Eram mais caras, mas bem mais macias e flexíveis. Comprei dois chicotes, desses usados para adestrar animais. Serão usados para castigar as meninas, caso seja necessário. Passei também numa loja de departamentos e comprei duas dúzias de pratos, talheres e panelas maires, uma vez que Marineide terá de cozinhar para o número ainda incerto de bocas. E por fim, comprei uma dúzia de pacotes de absorventes. Elas ficarão menstruadas, como toda mulher, e terão que usar durante esses dias. Outro motivo pelo qual me ausentei foi para testar aqueles dois. Confesso que fiquei com receio de retornar e não os encontrar mais. Nada impedia-os de fugir. Mas não fugiram. Passaram no teste.

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Conheço o ser humano o bastante para saber que, feito prisioneiro, não deixará de pensar um único instante numa forma de fugir. De mais a mais, procurar na primeira oportunidade desobedecer. E só o deixará de fazer ao perceber que o tamanho do castigo é maior do que o fruto da desobediência. Por isso terei de castigá-las severamente em alguns casos. Não há outro jeito. Aliás, devo preveni-las através de uma série de regras. De forma que tenho de decidir quais castigos serão impostos a cada uma das regras que quebrarem. Vou pensar nesses castigos ao longo desses dias.

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Com a minha ajuda, Juarez conseguiu instalar os dois portões de ferro que eu havia comprado. Agora ficará impossível para que alguém consiga escapar do porão. Para escapar da sela ou do Estúdio há nada mais nada menos que duas portas e um portão para serem abertos, sendo que cada uma delas precisa de duas chaves diferentes. Mesmo que estejam fora da cela, ainda sim serão dois. E nesses casos, para se deslocarem, elas terão as mãos amarradas ou algemadas. Essa será uma das regras que eu e Juarez terá de seguir. Por falar em regras, a primeira que elas terão de seguir é: qualquer pequeno ato de desobediência ou deixar de cumprir uma tarefa será castigado com chicotadas. A quantidade de chicotadas dependerá o tamanho da falta. Se o castigo não for severo, elas tentarão me agredir. E isso pode pôr a minha vida em risco, por isso terei de impor um castigo bem severo, para que não sejam tentadas a fazê-lo. Por exemplo:
a) Uma agressão verbal, pode ser castigado com uma bofetada ou uma queimadura em alguma parte sensível do corpo;
b) Uma agressão física leve, como por exemplo, me empurrar, eu poderia lhe fincar alguma coisa nos seios ou em outra parte do corpo. Isso causará muita dor.
c) Uma agressão física mais grave, como por exemplo: me machucar; eu teria de machucá-la também. Poderia espetar alguma coisa nas partes íntimas delas, aonde mais doesse ou algo parecido.
Há uns três anos, vi numa livraria em Nova York, um livro sobre os mais variados métodos de tortura usados pelo homem ao longo dos tempos. Folheei-o durante meia hora. Havia torturas horríveis, coisas inimagináveis. Poderia tentar encontrar esse livro em São Paulo. A livraria Cultura tem um grande acervo de obras importadas. Poderia ver se eles não o tem. Vou fazer isso quando retornar a São Paulo.

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