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Contos-->UM CAVALEIRO MEDIEVAL -- 27/04/2014 - 08:49 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu estava perdido naquela região.

Uma mulher caminhava à distância no mesmo sentido que eu. A passos largos, tentava me aproximar dela a fim de pedir-lhe informações sobre o caminho que deveria seguir, mas ela assustou-se com minha presença e, quase a correr, fugiu de mim.

Diminuí os passos ao verificar que ela se acalmava. De vez em quando me lançava um olhar preocupado, então eu gritei para que pudesse me ouvir:

– Senhora, poderia me dar uma informação?

Ela respondeu no mesmo tom sem olhar para trás:

– Em minha casa meu marido poderá esclarecer tudo o que desejar.

– Então posso acompanhá-la?

– Mantenha distância e siga os meus passos se quiser saber alguma coisa.

– Tudo bem. Estou perdido nesta região e desconheço o caminho de volta.

Ela nada disse e continuou o passeio.

Por fim, chega em casa; logo depois chego eu.

– Olá!

Ela responde lá de dentro:

– Meu marido ainda não chegou; pode aguardá-lo aí fora.

– Estou com sede! Poderia arranjar-me um pouco de água?

Ela me traz um copo com água. Bebo a água.

– Seu marido vai demorar?

– Espere mais um pouco! Ele está para chegar.

Ela retorna ao interior da casa.

A mulher está só e o marido não chega. Bato à porta.

– Senhora!

– Talvez meu marido só venha pela madrugada.

– E a informação?

– Somente ele pode dar. Não conheço bem isto aqui.

– Estou com frio.

– Entre para se aquecer. Dar-lhe-ei um cobertor.

– E o seu marido?

– Ele vai entender sua situação. Vou preparar um café.

Só tem uma cama de casal no recinto. Ela me convida para deitar e me dá um cobertor. Fico sem jeito, mas movido pelo cansaço, aceito o convite e me deito.

Sem cerimônia, ela se deita ao lado. Pergunto:

– E o seu marido?

– Ele vai compreender.

O homem não chega. Ela diz:

– Estou com frio.

Finjo não escutar. Meu corpo todo estremece.

Ela se aproxima e deita ao meu lado. Fico tenso.

Ela diz:

– Tive medo de você, mas agora é diferente. Não tenho mais.

Eu continuo calado; ela põe sua perna sobre a minha e tudo começa a acontecer. Acontece tudo e mais ainda.

Acordo bem cedinho e ela já está na cozinha preparando o café. Pergunto:

– E o seu marido?

– Ele é um guerreiro; foi para a guerra. E você?

– Eu sou... um cavaleiro medieval.

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