A VIAJANTE DOS POSTAIS
Muito curiosa, ativa e questionadora, ela viajava pelo mundo nas lindas imagens das revistas e livros dos seus pais. Ainda era criança, mas desejava muito conhecer todos aqueles lugares, e imaginava quando isto seria possível.
Ficou adolescente, e sua paixão pelas viagens era tão intensa que passeava pelas imagens e histórias dos diversos países, acrescentando sempre algo novo às pesqueisas escolares, como se tivesse conhecido, de perto, as cidades e a cultura daqueles povos, surpreendendo até os seus professores.
Seus amigos descobriram sua paixão e começaram a presenteá-la com postais. Foi uma felicidade. A sua coleção de sonhos e lugares começou a ficar mais organizada e adquirir um sentido mais próximo da realidade.
Veio a juventude e aquela criança crescida começou a realizar os seus sonhos. Viajando por outras cidades, outros Estados e, até mesmo por outros países, buscava em cada um os pontos turísticos que conhecia nos postais, quase vivenciando com alegria uma sensação de “déjà vu”.
Alguns “postais” não decepcionaram, outros não mais representavam o que vira nos sonhos tão bem guardados; alguns surpreenderam, porque a beleza era maior ao vivo e a viagem era recompensada em dobro.
Hoje é uma adulta, com muitas imagens arquivadas em um álbum que só cresce, também nos pensamentos, mas ainda não vistas pessoalmente. São muitas as viagens ainda não realizadas, muitas programações que não se concretizaram ainda, e muitos sonhos que não se transformaram na realidade tão desejada.
Das formosas imagens ao destino de cada uma delas não parece tão difícil assim, menos ainda impossível; por isso a esperança continua intensa na viajante dos postais.
Dalva da Trindade de S. Oliveira
(Dalva Trindade)
29.05.2014
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