A SONHADORA E O LIVRO
No belo país onde repetimos que o seu lugar é no futuro... e o presente vem e vira passado, vive uma sonhadora que estudou, trabalhou, estruturou argumentos com novas ideias e quis divulgar o resultado de todo afinco através de um instrumento muito usual: um livro.
Um projeto aparentemente banal para a realidade, mas que exigiu muita coragem da sonhadora antes de colocá-lo em prática.
Inexperiente, escolheu sozinha a Editora, fez o contrato, o pagamento dos exemplares, enviou todo o material necessário e começou a sonhar mais, com o coração pulsando de alegria.
Quase não coube em si de contentamento com a apresentação tão bonita que foi feita para o livro por alguém experiente, reconhecido nacionalmente, autor de vários livros didáticos, poeta, músico...
A sonhadora só sabia agradecer, agradecer, agradecer àquele amigo que transformou, em palavras, a formiguinha sonhadora em, no mínimo, uma grande tanajura.
O que ocorreu? O futuro chegando todos os dias e os anos passando... Um, dois, três... Quatro?
A sonhadora, cansada de tantas tentativas de diálogo com a Editora para receber o seu livro pronto, não sabe mais como explicar à família, ao amigo, às pessoas que com ela esperam, e nem a si mesma o porquê desta infeliz falta de seriedade e respeito com ela e o objeto do seu sonho.
Quem sabe revendo o filme Fantasia, de Walt Disney, nos ambientes e poções mágicas, ou na trilha sonora do filme a sonhadora encontre as notas musicais que toquem os ouvidos de quem é responsável pela Editora?!
Quiçá os exemplares dos livros cheguem para ela com os belos efeitos do filme, em partículas que voam pelo ar e que se materializam, ou mesmo – sem romantismo – em uma embalagem trazida por uma transportadora até a sua casa.
Como sempre terminavam os Contos de Fadas, a sonhadora dormirá mais um dia e acordará na esperança de que seu livro fique pronto... É o sonho realizado.
Todos, assim, serão felizes para sempre.
Dalva da Trindade S. Oliveira
(Dalva Trindade)
14.09.2014
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