Marina volta-me à mente. Eu a imobilizei na cama e captei, com divina emoção, a ansiedade dos seus seios. Ela levantou as pernas, puxou-me para um beijo sensual. O resto do produto é confuso. Recapitulo outros detalhes: seu corpo dentro do espelho do quarto. O perfume dos cabelos emanava do reflexo.
Marcou-me o dia em que ela finalmente esqueceu-se de fingir inexperiência e lambeu-me o pescoço e pediu-me que eu soltasse obscenidades, gritasse o tamanho das suas pernas, a chamasse de potranca, de cavala, de vadia. E ria porque era gostoso ser tão Madalena, tão Madalena.
Na ocasião nós dois entramos em um grupo de jovens da Igreja: “Cristãos do Primeiro Século”. Eu até brinquei.
- O que diriam os cristãos do segundo século diante dessa sua preferência sexual?
Marina riu.
Trecho do livro: "Deus, a ferida e a periferia" - já publicado aqui
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