Lenda do Gato Faísca da Capa Fina
Curitiba é uma cidade repleta de lendas sobre gatos. Temos o gato Kiko de Loja Kisses que dizem ser a reencarnação do antigo dono e o felino Bóris da Livraria Trovatore que falam que vira homem até hoje, mesmo depois de sua morte.
Hoje, choveu muito e fui me abrigar numa loja onde um gato também mora e soube do seguinte causo:
Reza a lenda que na esquina da Praça Zacarias com a Rua Emiliano Perneta existia um banco, chamado Caixa, onde trabalhava um vigia que era fã de felinos. Este guarda gostava de visitar o Gato Bóris da loja Kisses, da Rua Doutor Muricy e sempre dizia:
- Quando morrer também me transformarei num gato e morarei no banco onde trabalhei.
Um dia, o guardião teve um AVC enquanto trabalhava e desmaiou.
Porém alguns anos depois, o banco que estava naquele local, fechou. Mas no mesmo lugar abriram uma loja de acessórios para celulares chamada Capa Fina.
Numa manhã chuvosa uma das funcionárias estava indo pegar o ônibus. Quando, de longe, viu uma faísca no abrigo do ponto do coletivo. Porém, ao se aproximar, viu que se tratava de um filhote de gato abandonado. Assim ela exclamou:
- Faísca!
- Seu nome será Faísca!
Desta maneira, como estava quase atrasa, a garota colocou o bicho na mochila, pegou o ônibus e levou para seu trabalho, a loja Capa Fina. Lá os donos adotaram o felino, onde ele recebeu comida e caminha quente num canto.
Hoje conheci Faísca, ele é simpático e deixa ser tocado pelas pessoas. Afinal, ele já foi um gentil e humilde vigia. Por isto ele não é como o gato Kiko, que não deixa ser tocado, porque foi a reencarnação de um costureiro famoso que atendeu a aristocracia curitibana no século dezenove.
Dizem que nas sextas de Lua Cheia, o gato Faísca veste uma capa fina e vira um guarda que cuida da segurança do Centro da cidade.
Luciana do Rocio Mallon