Diário da Pandemia
Meus filhos
Bom dia, amados filhos e filha, Bruno, Sampson, Tarciso e Ariadne.
Tenho sido um homem de muitos amores, amor a Deus, aos meus pais, aos meus filhos, aos meus irmãos, às companheiras, ao meu trabalho e à Humanidade.
Embora apaixonado, sempre evitei viver paixões, pois muitas vezes resvalam para inconsequências. Melhor vencê-las e substituí-las por sonhos, com cabeça nas nuvens e pés no chão. Sonhar é de graça, por mais caro que seja o sonho. Porque não sonhá-los alto? Continuo sonhando com o Mundo mais justo, ordeiro e pacífico e a Humanidade mais consciente, livre e feliz. Sei que tenho feito pouco para que este sonho se realize, pois conheço minhas limitações.
Vamos vivendo. “Viver é melhor que sonhar”, Elís, mas enquanto não for possível viver plenamente, vamos vivendo, mesmo que seja “como nossos pais”, Elís.
O sonho continua.
Hoje, aos 22 dias de isolamento, este Diário é Dedicado a vocês que são o motivo maior de minha vida.
Amo vocês.
Bruno (tem 43 anos), preocupado com meu isolamento (tenho 66 anos), mandou-me a seguinte mensagem:
Papai,
"Saiu no Jornal na Televisão que idosos estão dando muito trabalho desejando sair para as ruas. Um idoso ficou preso na grade da casa ao tentar sair, outro pegou uma chave de fenda para quebrar o cadeado. Uma idosa batia a bengala nos móveis da casa dizendo: Eu vou sair, eu vou sair, eu vou sair".
Respondi: Também sou teimoso: daqui não saio, daqui ninguém me tira...".
Diário da Pandemia
O Diário da Pandemia
Que inventei de escrever
Jamais teve a intenção
Que não só o meu querer
De o dia a dia registrar
Pra no futuro lembrar
O que estamos a viver
Mas é preciso dizer
Aqui não vou divulgar
Notícias de tristeza
Já que quero me alegrar
E se esse meu escrever
Nem pouco alegrar você
Mal também não lhe fará.
Caros Amigos,
A partir de 22.03.2020, passei a publicar versos meus em outras situações, retornando ao assunto em pauta apenas eventualmente.
Abraços a todos.
Tarciso Coelho, Crato (CE), 09.04.2020.
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