Diário da Pandemia
Uma parte do meu tempo disponível, tempo que nunca foi tão disponível como nestes dias de isolamento, tenho destinado a divulgar através deste diário, assuntos variados, dentre os quais incluo com mais frequência, versos de minha lavra, atuais ou de outrora que têm vindo à tona, trazidos por contatos com pessoas de minhas redes sociais.
Hoje o Auditor Aguinaldo Benedicto Vilani, que auditou a Agência do BB Manicoré (AM), em 1987, quando eu era Gerente Adjunto, pediu-me para avisá-lo quando divulgasse o Diário da Pandemia no Grupo de Auditores que ele participa. Na hora me passou um filme dos meus dias naquela rica e bela cidade da nossa grande Amazônia, razão que me levou a buscar em meus arquivos, os simples e afetivos versos que escrevi em um dos muitos dias de saudades daquela cidade e dos amigos que lá deixei.
Caro Aguinaldo, O Diário de Hoje dedico a você.
Lembranças de Manicoré
Em tempo de São João O forró se ensaiava Era providência maior Que Dona Luzia tomava Mas qualquer dia ou hora Muito bom era dançar Lá Boate Sovaco e também pra namorar Tomar umas com João Dodó Era muito engraçado Não havia coisa melhor Que ouvir seu bate papo Ir pro Atininga pescar Era a maior terapia Quando a coisa esquentava Era pra lá que eu corria No pedaço de Madeira O homem que mais cheirava Era Dr. Antonio Dentista Que dente não arrancava A pizza mais gostosa Era a do lido bar Que o velho Timm alemão Bem sabia preparar Pra pegar tucunaré O melhor rio de lá Era o grande Maici Só de 8 quilos pra lá Comer um bom churrasco Só na Democracia Quando Antonio Duarte O bom assado fazia O caldo de Bacurau Melhor que eu comia Era o que a amiga Tapuia Em seu restaurante fazia De noite depois da festa Para ressaca tirar Era na Dona Peruana Que sopa eu ia tomar Na casa dos amores Tinham mulheres e dança Mas só o que eu queria Era abraçar Dona França Tinha a Rua da Cachaça Pra beber até pegar gastrite Que o poeta a transformou Na famosa Drink Street Essas são lembranças Que guardo sempre de lá E dos meus grandes amigos Continuo agora a falar Antonio Sena se foi Deus o tenha em bom lugar Os outros ainda nem sei Se todos estão por lá Arindal, Adauto, Zé Vaz, Dr. Antonio e Valdomiro, Que tenham saúde e paz São desejos deste amigo De alguns outros biriteiros Lembrar nomes não consigo Porém são todos amigos Que os levo sempre comigo O Chico Pescador disse que vai aí pra pegar tucunaré Nas águas do Maici E para os versos findar Digo a Dr. Antonio Medeiros Só quando um dia voltar Ao Sindicato dos Biriteiros Tarciso Coelho, 06.07.2002
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Diário da Pandemia
O Diário da Pandemia
Que inventei de escrever
Jamais teve a intenção
Que não só o meu querer
De o dia a dia registrar
Pra no futuro lembrar
O que estamos a viver
Mas é preciso dizer
Aqui não vou divulgar
Notícias de tristeza
Já que quero me alegrar
E se esse meu escrever
Nem pouco alegrar você
Mal também não lhe fará.
Caros Amigos,
A partir de 22.03.2020, passei a publicar versos meus em outras situações, retornando ao assunto em pauta apenas eventualmente.
Abraços a todos.
Tarciso Coelho, Crato (CE), 10.04.2020.
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