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Diário da Pandemia
O Urubu do Ver-o-Peso
O Mercado popular mais popular do Brasil, para mim que conheci diversos pelo país afora, é o Ver-o-peso em Belém do Pará. Sua estrutura de ferro de origem europeia da época do Brasil Império, hoje conta com um complexo externo de barracas bem construídas e bem dimensionadas para abrigar o comércio das mais diversas mercadorias, desde ervas medicinais de uso popular, até as espécies mais nobres de peixes da diversificada fauna paraense, além de tudo que se espera encontrar em centros comerciais da espécie. O seu nome, cuja origem, talvez seja de uma das primeiras formas de proteção à defesa do direito do consumidor, está simbolizado na balança sempre disponível em local de fácil acesso a todos, que por ali passam, para conferir o peso dos produtos comprados.
A sabedoria popular sempre encontra na conversação das ruas a definição das situações vivenciadas pelo povo e não raro também pelos animais. No porto ali existente há uma grande concentração de urubus que ficam a cata de resto de alimentos que vão se desgastando no transporte ou mesmo no manuseio durante a comercialização, principalmente peixes. Embora em grande quantidade se tornam escassos diante da voracidade daquelas aves rapinantes. Em razão disso é grande o espetáculo da disputa entre os urubus em busca do melhor naco.
Na Ilha do Marajó a disputa já é quase inexistente, pois em toda a orla é abundante a quantidade de peixes, muitas vezes toneladas que se acumulam nas praias mortos por fenômenos até então não explicados. Outras vezes são búfalos que morrem em períodos de estiagem prolongada. Por isso a vida de urubu pela ilha é um tanto nababesca. Assim, contam que um velho urubu do Ver-o-peso resolveu dar uma volta no Marajó e vivenciar a propalada fartura ali existente. Tudo foi confirmado, conseguiu boas companhias, já que não precisava entrar em contendas com seus pares para conseguir boas refeições. Os dias foram passando e o velho urubu ia engordando e entristecendo até que um dia confidenciou a outro urubu amigo: vou voltar para o Ver-o-peso. O amigo enalteceu a boa qualidade de vida no Marajó tentando demovê-lo da ideia. Porém, o tristonho urubu do Ver-o-peso disse: vou embora, pois sinto que não consigo viver sem aquela “sacanagem” do Ver-o-peso.
Tarciso Coelho
Soure (PA), 03.06.2006
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Diário da Pandemia
O Diário da Pandemia
Que inventei de escrever
Jamais teve a intenção
Que não só o meu querer
De o dia a dia registrar
Pra no futuro lembrar
O que estamos a viver
Mas é preciso dizer
Aqui não vou divulgar
Notícias de tristeza
Já que quero me alegrar
E se esse meu escrever
Nem pouco alegrar você
Mal também não lhe fará.
Caros Amigos,
A partir de 22.03.2020, passei a publicar versos meus em outras situações, retornando ao assunto em pauta apenas eventualmente.
Fique á vontade para lê-los ou relê-los no seguinte endereço:
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Autores
Letra T
TARCISO COELHO
Contos
Obs.: Fico grato pelas visitas, inclusive a outros trabalhos lá publicados, bem como aos comentários que tiverem a bondade de escrever.
Abraços a todos.
Tarciso Coelho, Crato (CE), 19.06.2020.
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