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Contos-->18 - LEITOR DE FOLHETOS DE CORDEL -- 02/08/2020 - 22:12 (GERMANO CORREIA DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

18 - LEITOR DE FOLHETOS DE CORDEL  



A veia poética do povo do Nordeste do Brasil, de onde Billy Lupércio Daniel é natural, quando o assunto é a produção de textos poéticos para a efetiva manutenção da literatura popular em versos, mais conhecida como a literatura de cordel, ela é descomunal, mas o que muito o fascinou desde seu tempo de criança foram os temas empregados pelos seus autores quando da elaboração de suas histórias.



Antes de ele aprender a ler e a escrever já via e ouvia seu pai lendo os folhetos de histórias de cordel em versos e em prosas. Aquele ar de suspense existente no desenrolar de cada história, fosse ela em rimas ou em prosas, o fascinava sobremaneira. A imensa vontade que ele tinha para tornar-se um leitor mirim dessas histórias, aguçou seu desejo de querer aprender a ler com mais celeridade e assim o fez.



Em pouco mais de ano, após ele ter iniciado o aprendizado das primeiras letras, já conseguia ler alguns dos livros que passavam pelas mãos do seu pai, que assim como muitos outros camponeses da região onde Billy nasceu, também era um leitor assíduo desse gênero literário popular nacional.



Há um adágio popular antigo, passado de geração para geração que diz que “quem sai aos seus não degenera” e para justificar o significado desta expressão popular, a qual nos ensina que aqueles que seguem os passos e ensinamentos dos seus pais, tendem a não se perder ao longo do tempo, isto é, terão grandes possibilidades de levarem uma boa e digna vida longe de problemas e ou decepções e foi por pensar dessa maneira que Billy acabou tornando-se um leitor de livros de literatura de cordel na sua pequena comunidade.



Ele lembra-se muito bem que lá, as pessoas compravam os livros que gostariam de ouvir as histórias neles contidas e contatavam o seu pai, que agendava com os interessados os dias que o leitor mirim poderia atendê-los. Enquanto isso, o livro a ser lido ficava em poder do leitor mirim para que ele pudesse inteirar-se do teor descritivo do tema tratado naquele livro e esse período entre a posse provisória do livro a ser lido e sua efetiva leitura duraria, mais ou menos, o tempo equivalente a uma semana.



Havia toda uma preparação da parte dele, com a realização de uma leitura prévia, seguida de algumas releituras da história a ser recontada. O anfitrião, por sua vez, preocupava-se com a eventual acomodação dos convidados que lá estariam aguardando a chegada do leitor mirim. No dia e horário combinados, seu pai e ele dirigir-se-iam ao local onde o livro seria lido e lá era encontrada uma plateia seleta, que seria toda ouvido, enquanto ele estivesse efetuando aquela tão aguardada leitura.



Billy conta que em algumas ocasiões houve até um tratamento especial por parte dos anfitriões, visando com isso a manutenção de um futuro e breve retorno por parte do leitor mirim e de seu guardião que, evidentemente, era o seu velho pai. Billy se sentia a pessoa mais importante daquele mini evento literário à moda antiga, que segundo ele, aquilo era bom demais.



Fez isso muitas vezes e em vários lares de pessoas de sua comunidade, até o dia em que ele cresceu e foram surgindo outros leitores mirins que, de forma quase natural, assumiram o seu lugar.



Hoje, por uma questão de o povo moderno viver extasiado por causa das benesses proporcionadas pela tecnologia cibernética, onde a Internet coloca o mundo virtual nas suas mãos em tempo recorde, não se vê e nem se ouve mais vendedores, bem como leitores de livros de cordel nas praças das pequenas e médias cidades, como o faziam tempos atrás.



Por causa dessa facilidade virtual disponível para todas as pessoas, a qualquer momento e em qualquer lugar, os leitores preferem acessar tais contos em versos e em prosas nos sites literários, a exemplo de sites hospedeiros como o Recanto das Letras e o Usina de Letras, a se preocuparem com a aquisição de livros em papel, como faziam os leitores de antanho.



Coincidências ou não, aquele leitor mirim do passado tornou-se um escritor amador do presente e, decerto, mantém textos hospedados nos sites mencionados acima para a leitura e eventuais comentários por parte dos caríssimos visitantes que já o fizeram até então e/ou daqueles que o quiserem fazer a partir de agora.  


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