Naquele lindo e frutífero bosque morava uma raposa. Uma raposa muito esperta como são todas as raposas. Ela vivia correndo e caçando por todos os cantos. No bosque havia muitos tipos de frutas, mas as uvas eram as que mais ela gostava, justo por ser de difícil acesso. Ela costumava dizer: - O difícil é muito mais gostoso. No bosque também moravam vários outros animais, inclusive uma ave muito gozadora, o corvo. Esse pássaro preto e agourento tirava sarro de todos e vivia pregando peças nos outros animais. Um belo dia, numa bela manhã a raposa ia caminhando quando viu um tremendo pé de parreira, a planta estava carregada de uvas, era cada cacho maior que o outro, uvas lindas e saborosas... A raposa ficou com água na boca, logo tentou derrubar um cacho, mas infelizmente as uvas estavam muito altas para ela alcançar num pulo, tentou de tudo, tentou subir, não deu, caiu, tentou com um pedaço de pau na boca, mas não tinha jeito, não foi feita para isso. Cansada, frustrada, desanimada, ela desistiu e saiu caminhando lentamente, mas quando já ia sumindo no mato, olhou para trás e disse: - Também não vale a pena, as uvas estão todas verdes! Foi quando ouviu a voz do corvo: - Calma dona raposa, não vá ainda, olha eu aqui em cima, as uvas estão madurinhas, se você quiser eu jogo um cacho bem grande para a senhora. A raposa levantou as orelhas e arregalou os olhos; - Você faria isso para mim? Perguntou sem acreditar muito. - Claro com prazer! Falou o corvo. - Abra bem a boca que vou jogar um cachão bem gostoso e madurinho! Exclamou o hilário pássaro. A raposa abriu o bocão e esperou o petisco. O corvo pegou um cacho de uva e soltou bem dentro da boca da raposa, em seguida voou para bem longe. Mas ainda deu tempo para ouvir o berro da irritada raposa: - As uvas estão veeeeeeerdes.