Em algumas noites especiais, quando a lua criava um ambiente quase místico, os piratas costumavam aportar na ilha, acender fogueiras que rasgavam a escuridão e cantar canções intermináveis, saturadas de obscenidades. Os velhos, os meninos e os cães, eram os únicos que conseguiam perceber o fenômeno. Nem sempre as mães escutavam aos mais velhos ( que contavam histórias fantásticas ) e deixavam suas filhas desfrutar do mar repleto de lua cheia. Então o incrível acontecia. Os piratas raptavam as meninas, as maltratavam e amavam com paixão e fúria. Elas voltavam no outro dia, quando o sol já queimava, transformadas em mulheres que passariam o resto de suas vidas procurando aqueles piratas selvagens e amorosos que lhes haviam mostrado a outra face do amor. Do desejo. Do prazer sem travas e sem educação. Malditos piratas! Nunca amavam duas vezes a mesma mulher.
Esta é a história de Tatiana, uma garota quase menina, que em uma noite de lua cheia viu na baía uma estranha embarcação.
Ela viu o barco e viu a bandeira. Caminhou indecisa e depois correu. Como se tivesse asas, flutuava e sabia que aquele rude estrangeiro a esperava na praia, para fazê-la mulher. Ele a salvaria daquela mormacenta e aborrecida cidade. Úmida de desejo e febril de paixão viu o pirata na areia, espada na mão, um cínico sorriso nos lábios e soube que cairia aos seus pés e seria sua escrava sexual para todo o sempre.
Nunca mais ninguém soube da tímida e comportada Tatiana...