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Diário do Dia a Dia

O paradoxo da sabedoria

O tempo diz o que a razão não pode dizer. Quando se é demasiado curioso de coisas praticadas nos séculos passados, é comum ficar-se ignorante das que se praticam no presente. Daria tudo que sei pela metade do que ignoro.

O bom é saber que nem passado nem futuro existem. Existe apenas o girar de um planeta com sete bilhões de experiências mentais diferentes sobre ele neste exato momento, se movendo como matéria.

Todas as coisas possíveis de cair sob o conhecimento dos homens seguem-se umas às outras da mesma maneira que não pode haver quaisquer tão afastadas a que não se chegue por fim, nem tão ocultas que não se descubram.

Toda a filosofia é como uma árvore, cujas raízes são formadas pela metafísica, o tronco pela física e os ramos que saem deste tronco, constituem todas as outras ciências que, ao cabo se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral.

Portanto, a diversidade de nossas opiniões não decorre de uns serem mais razoáveis que os outros, mas, somente, de conduzirmos nossos pensamentos por diversas vias e não considerarmos as mesmas coisas.

Aprendi a não crer com muita firmeza em nada do que só me fora persuadido pelo exemplo e pelo costume; e assim desvencilhava-me, pouco a pouco, de muitos erros, que podem ofuscar nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir a razão.

(René Descartes)

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“A sabedoria é um paradoxo. O homem que mais sabe é aquele que mais reconhece a vastidão da sua ignorância”. Friedrich Nietzsche

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