Não busco absolvição. É só uma confissão, sem contrição. Sinto ainda em meu rosto o roçar da barba por fazer de Padre Jesuíno, como ouço também o mais doce roçar de sua batina em meus pés naquela festa junina que começamos por uma inocente quadrilha e fomos acabar com um beijo que até hoje me faz corar e recusar, ainda que ansiando loucamente pelo quentão que me ofereçam.
Se no vinho está a verdade, no quentão é que ela se despe e se insinua, se interpenetra e se o não faz, quem dela não se saciou aqui jaz.
Bem que ele me disse, trêmulo, pressago, quiçá, num pós-missa brevíssimo enquanto o esperavam casais, senhoras e senhores para os cumprimentos, o chá, os bolinhos: se tanto nos atraimos, tanta tentação nos impele, temos que nos provar diante dela. Com ela seguir para testar nossa resistência, nossa fé inquebrantável.
Mas não fomos. Ele preferiu seguir com o acólito. O Taquinho.