Na cidade de Fortaleza, no final da década de oitenta, vivia um coronel do exército, cujo nome era Luiz Amaro. Coronel Luiz Amaro já havia se aposentado fazia alguns anos, mas o homem pensava que ainda estava na ativa, pois vivia fardado e desfilando por toda cidade como um militar, sempre armado com uma pistola do exercito. Esse coronel era daqueles caxias, fruto da ditadura militar, sempre imaginava que o poder ainda estava nas mãos dos militares. Algumas pessoas mais chegadas a ele até falavam que ele não batia bem da cabeça, e que fôra aposentado por esse motivo.
Perto dele morava Pedro Fernando, que não tem nada a ver com a historia, somente que possuía um papagaio que ficava no muro o dia todo. Essa verde ave tinha o péssimo habito de xingar as pessoas que passavam, principalmente se fosse fardado. Todos os dias coronel Luiz Amaro, passava na frente da casa do papagaio, e o nosso louro não deixava barato, xingava o coronel. - Coronel baitola, fi de quenga, corno, chibumgo... Etc. o coronel nem dava bola pro papagaio, passava calado e continuava seu caminho, sempre com sua pose militarista. Mas a coisa estava ficando chata, o coronel comentava com a mulher dele: - Ainda dou um tiro nesse papagaio, aí vai ser só penas voando! A mulher relevava: - Calma bem, é apenas uma ave irracional! - Que irracional que nada, ele sabe muito bem o que diz, dizia o coronel quase se exaltando. Um belo, (nem sei porque essas coisas sempre acontecem em um belo dia) O coronel vinha passando acompanhado da esposa, e foi logo falando: - Se esse papagaio me xingar na sua frente, não vou perdoar, vou meter uma bala na fuça dele. Aí nunca mais xinga ninguém.
Ao passar pelo louro malcriado, não deu outra... - Coronel bicha, escroto, corno véio, hoje ta com a sua quenguinha é? Aí não deu mais, o irado coronel arrancou o revolver e disse: - Reza papagaio safado, hoje tu vais morrer... O papagaio calmamente abriu as asas e falou: - Atira fi duma égua, na Bandeira Brasileira.