Dizem que o primeiro homem que esteve naquele lugar foi Mathias Burle, segundo piloto alemão na década de 80, a pousar com um monomotor Cessna 171, na Praça Vermelha, em Moscou, bem no auge da guerra fria. Seu pequeno avião entrou em território Russo voando tão baixo, que os radares do Kremlin sequer puderam notar sua presença. Como o tal lugar, assunto do presente artigo parece ter sempre existido, (ao contrário da Praça Vermelha, que foi assim nomeada após a Revolução Russa) fica difícil dizer se o nosso ousado e louco piloto alemão, realmente foi o primeiro a estar lá. A verdade, no entanto, se mostra mais clara no seguinte aspecto: Mathias Burle foi o primeiro a documentar a experiência que viveu, e por esse motivo, passou a ser conhecido no meio iniciático como "Mathias Burle, O Missionário". Em um dos escritos que deixou para uns poucos amigos em meio às cartas feitas na prisão, Mathias declarou o seguinte: "Existia ali, um toque selvagem e místico".
A impressão de Mathias, parece ser a mesma de um grande amigo meu, ao relatar a experiência que ele mesmo viveu, quando um dia, após anos de tentativa, conseguiu finalmente chegar ao tal lugar. Meu amigo, porém, prefere não se identificar, para que futuramente não venha a ter os mesmos problemas que o nosso querido missionário teve, pois como poucos sabem, Mathias Burle passou seus últimos dias internado em uma instituição para doentes mentais, ao sul do antigo lado oriental de Berlin, tentando provar aos seus interlocutores, todos clínicos, terapeutas e psicanalistas, de que o lugar existia, e que quem descobrisse um meio de repetir a viagem para lá, sempre que desejasse, teria em mãos um grande poder. Segundo Mathias, os indivíduos que vivenciaram a experiência da viagem, não a conseguiam realizar de forma proposital, pois era necessário um certo "golpe de sorte", ou quem sabe, "uma permissão do criador" para estar lá. Nosso Mathias Burle só esqueceu de dizer aos seus médicos que toda experiência mística é assim: "O mestre só aparece, quando o discípulo está pronto".
Quem estiver lendo este relato no mínimo estará se perguntando: "Que lugar é esse?". Tentarei responder essa e algumas outras perguntas ao longo deste texto.
Para começar, não posso dizer se a palavra lugar é suficientemente precisa para descrever o local onde Mathias Burle e meu amigo estiveram. Lanço esta questão pelo motivo de que o solo onde pisaram não se encontra representado em nenhum mapa, de qualquer época da história conhecida. Portanto, é um local situado não neste mundo, mas talvez em uma esfera criada pelo imaginário de muitos indivíduos. Acredito que, pelas mentes dos maiores pensadores e artistas de nossa história, meu amigo relatou ter escutado a música Adágio para Violino, do compositor Tomaso Albinoni, naquele lugar, e no relato completo de Mathias Burle, (do qual também tive acesso) ele mencionou ter visto várias escrituras em pedra com o símbolo do infinito, (número oito "deitado") que, para quem não sabe, é o símbolo do escritor americano Richard Bach.
Outro fato que comprova minha teoria é o de que as "viagens" só acontecem enquanto o indivíduo está dormindo, ou seja, no mundo dos sonhos. No entanto, não se trata de sonhos, pois no lugar é possível para o viajante encontrar outros indivíduos, que quando acordados, relatam os episódios da viagem de forma idêntica. Meu amigo, durante sua estada lá, falou com outros amigos seus e, ao acordar, entrando em contato com um deles, ouviu do companheiro o mesmo relato, e ambos puderam confirmar que haviam sonhado a mesma coisa.
Quem não quiser enxergar a verdade pode chamar tudo isso naturalmente de coincidência, mas com os fatos que irei acrescentar agora, fica difícil, mesmo para a pessoa mais cética, não querer aceitar a realidade. Geralmente, ao acordar do tal sonho, o viajante fica marcado fisicamente por algo que ocorreu durante sua estada no lugar. O meu amigo, durante sua viagem, se deparou com um pequeno riacho e o atravessou, pisando em pedras pontiagudas, para seguir seus outros amigos. Ao acordar, seus pés estavam molhados e cortados, sem sequer haver próximo à sua cama, objeto cortante que pudesse ter feito tal estrago, ou mesmo algum recipiente com água que lhe pudesse ter molhado os pés enquanto dormia. Com Mathias Burle também ocorreu fato semelhante: ele relatou para seus médicos que, em seu sonho mais recente, havia tido contato com um veículo aeroespacial pertencente a uma civilização extraterrestre (mesmo sendo ele um alemão, preferiu usar o termo Buddy Spaceman, para se referir ao chefe dessa nave). Segundo Mathias, o veículo ou disco voador, irradiava uma luz muito forte que o queimava. Os médicos puderam constatar que partes do seu corpo estavam realmente queimadas. Como ficaram intrigados com o fato de Mathias ter se queimado dentro de um pequeno e simples quarto de hospital, algemado a uma cama e sem nenhum material inflamável por perto, resolveram colher amostras de sua pele para os devidos exames. Tal foi o espanto da equipe médica alguns dias depois, quando os resultados dos testes saíram e ficou confirmado que na noite em que sonhou com a brilhante nave alienígena, aquele homem louco - que dizia poder viajar em seus sonhos para mundos fascinantes e tão reais quanto nosso mundo físico e, de lá, poder conversar com personalidades vivas e mortas - teve sua pele queimada por RADIAÇÃO.