Hoje vou te contar uma estória, como todas boas estórias ela começa assim...Era uma vez quatro passarinhos, os pais e duas filhotas, uma que como a mãe sempre dizia queria bem mesmo aos pais, e a outra quem sabe, era ela e...
Um dia de sol,como tantas outras vezes o passarinho filhote mais novo foi ao lago, sempre gostava de ir lá, se sentia livre, pois conseguia voar e afugentar os maus pensamentos que sempre perseguem os que tentam ( embora sem sucesso) viver a sua vida, sem se ligar a antepassados presentes e futuros( paradoxo ? não, não é, é só questão de ponto de vista).
Voar com a mente ou com asas, que diferença fazia ? Se não podia sair continuava mesmo a voar,
sem tentar se preocupar com as coisas boas ou más.
Mas num belo dia, belo ? talvez um dia como tantos outros, o passarinho filhote mais novo saiu do ninho, já bem apertado (de maneira que se sentia sufocado) e voou, chegou a um lugar onde existia umas plantas baixas com vários frutos a mostra, ao olhar o campo que se descortinava a sua frente sentiu fome, fome esta como talvez nunca tivesse sentido,e foi baixando, baixando, até pousar sobre uma daquelas plantas, experimentou umas frutas, gostou, sentiu uma grande sensação de alívio, leveza, se sentia voar mesmo estando pousado sobre os arbustos, sensação boa, suave, gostosa...sentiu sede,voou até o lago e bebeu muita água, resolveu voltar para o ninho.
Sentia o peso dos anos passarem e as acusações aumentavam, remoiam seu espírito, e o alívio ?
O pássaro filhote mais velho, continuava do mesmo jeito, gostava das regras do jogo, se sentia bem nelas e recriminava a irmã passarinho, por esta ser rebelde.
Hoje eu me pergunto, que diferença faz ser gente ou ser pássaro ? A resposta seria evidentimente, nenhuma, pássaro e gente voam,comem,bebem , amam, são felizes ou infelizes, sentem , choram, desprezam e amaldiçoam, como vêem não faz a mínima diferença, estar em uma gaiola ou em uma casa.