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Contos-->AS BANANAS SÃO AZEDAS -- 26/12/1999 - 10:40 (Abu Dhabi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As bananas são azedas


Sal.Céu.Cio.Sol.Sul.Praia.Verão.Um homem sai da praia e entra no único banheiro do único quiosque.Foi uma boa ter ido passar as férias ali,naquela praia de nudismo.É tudo tão bom, tão excitante.Verão nudista é fantástico.Um sol escaldante,um mar delicioso e gente pelada aos montes.
Homem e mulher é tudo igual.É,pensa só.Quando você olha uma barata,como aquela andando ali no canto,você não sabe se é um barato ou uma barata,mas quando a barata encontra um barato e acha o barato bonito,ela fala
-Oh,que barato!
As baratas são um excelente alimento.Para cada pessoa existem 50 baratas e todo dia surgem outras tantas.Então, em plena guerra, em plena noite,você se dirige à cozinha e lá fica,sem movimento algum,esperando as baratas saírem das tocas.Só que com o tempo as baratas ficam espertas e sabem que sair à noite é perigoso,porque um algo as captura.As baratas só vêem um aquilo e não sabem se é um homem ou uma mulher.
Logo,como homem e mulher é tudo igual,nosso personagem homem vai virar uma mulher. Para isso,basta ele sair do banheiro e entrar uma moça,não sem ele antes deixar sobre a tampa da privada suas três gotas peroladas de fertilidade.Sim, porque um homem pelado excitado não estaria fazendo outra coisa que não buscar o orgasmo solitário (punheta,mesmo,mas essa palavra é muito feia).Essa moça pode até mesmo ser você, já se imaginou, peladona, peladona numa praia de nudismo,bronzeando seus peitos (vixi, agora foi apelação).
Essa moça não sabe que o homem que saiu antes dela era ela mesma,só que em outra forma.Ela pensa ter nascido bebê e ter sido sempre uma menina,mas não é bem assim.Ela é ela,mas ela é um homem que virou mulher,porque homem e mulher é tudo igual mesmo e ela não vai sentir a diferença.Ela se senta na mesma privada lambuzada de resquícios férteis e se lambuza de si mesma,sem perceber que se lambuzou e sem perceber que de si mesma.
Por esses dias,ela estranhou o atraso de seu sangramento mensal.Grávida.Mas como,grávida? Muito simpels, grávida.Mas ela não pode estar grávida.Ela não está grávida.Para engravidar,precisa-se de um homem e de uma mulher,e ela nunca tocou nas partes pudendas de um homem (teve o Paulinho,
na festa,mas aquilo foi coisa à-toa).Sua gravidez é um fenômeno,só ela sabe disso,e a ciência não consegue explicá-la.O que não é mistério nenhum,porque a ciência nunca consegue explicar nada de extrordinário que ocorre no mundo.Hímen complacente.Era essa a solução que a ciência,encarnada nos livros,me dava.Mas meu hímen não é complacente,e,pra provar isso,ela o rasgou com uma caneta ali mesmo,na frente do livro.
O que piorou ainda mais sua situação,pois agora nem a ciência iria acreditar em sua gravidez virgem,nem sua mãe,muito menos.Aliás,sua mãe,sim,é que foi de lascar.Minha filha,você é uma horrorosa,mesmo.Você não presta.Você é uma pereiruda.Então você não sabe que camisinha estoura e que pílula falha?Eu sempre falei pra você tomar cuidado.Mas você não me ouve.Minha filha,você é mulher.E mulher e ratazana têm um ponto em comum:têm filho adoidado.Não vê que ratazana pare todo ano e está sempre com filhote?Mulher é assim,minha filha. Você tinha que tomar cuidado. Mas você tomou foi no cu. E não me venha com essa história de caneta, que caneta não engravida ninguém.
Tomar cuidado.Não sabia qual cuidado,se nunca se arriscara a nada.Porcaria de gravidez.Grávida virgem.Grávida sem sequer ter tocado nas partes pudendas de um homem (teve o Rodrigo,outro dia,mas foi no ano passado).Ninguém iria acreditar no que dizia,mas ela estava com a verdade.
Então lhe ocorreu um negócio.Se nunca se aproveitara os homens porque tinha medo de engravidar,agora que já estava grávida mesmo poderia aproveitar.Sim, aproveitar os homens em todos os seus aspectos. Aproveitar os pirús.Milhões de pirús à sua espera,à espera de seu charme,de seu ataque,de sua faceta mais íntima. Ah,ela não queria saber de mais nada,ela queria pirú. Ela só queria pirú.Piru,piru,piru.
E assim,do segundo ao quarto mês de gravidez,ela trepou mais que macaco.Ela deu tudo de si.Ela gozou a vida.Ela sorriu.Ela explodiu de felicidade.Ela era um rio caudaloso encachoeirado.Ela era jovem.Ela era feliz.
Num desses encontros de felicidade,ela estava insatisfeita.Põe um dedo-falou- e ele pôs.Põe uma mão.E ele pôs.Põe a outra.E ele pôs.Está pouco,põe um pé.E ele pôs.Põe o outro.E ele pôs.Aí,ele resolveu entrar todo de uma vez.Aproveita e vê meu bebê.Mas lá dentro estava muito escuro e ele não conseguiu ver coisa nanhuma.Já que depois dos procedimentos estavam à-toa, resolveram ir ver um filme impressionante,desses que realmente impressionam.
Encontrou a explicação para sua gravidez.Era um alienígena que tinha infectado ela e que ia devorar a Terra.Ela gerava um alienígena que ia devorar a Terra.E ela,logo ela,foi escolhida para servir de meio prum monstro terrível. Igual no filme.Mas isso não podia acontecer.Por que aconteceu?Por que ela,uma moça,uma simples moça,teria de passar por tudo aquilo?Suicidar-se não adiantaria,porque o monstro seria mais forte que ela e não a deixaria morrer,até que ele nascesse e matasse a própria mãe e depois comesse o planeta. Dor.Dor.Ódio.Revolta.Tudo o que lhe restava era chorar a amargura.Ficou um tempão chorando,pensando que na barriga tinha um alienígena que ia devorar a Terra.
E tinha mesmo,mas isso fica para outra história.Dia desses resolveu ir à praia ao crepúsculo para meditar.Lembrou-se que seu avô era negro,sua avó era índia e o resto tudo era português. E,com 3 anos,ela quis agarrar o irmão e levou um catiripapo,com 10 tentou novamente e levou outro e ainda por cima viu os pais transando.
Então,sonhava com uma grande árvore,uma grande bananeira,sobre a árvore quatro lobas sentadas que jorravam leite das tetas,mas as lobas viravam lobos e tinha-se um jorro, cujo sabor lembrava todos os doces com creme de leite que ela gostava.E brotavam aromas de frutas,e exalavam aromas de flores e ela,atônita,observava tudo e tinha um imenso prazer no sonho e quando acordou,em plena praia,em plena madrugada,numa poça vermelha de areia,via que havia abortado.Estava com sono e queria que o sonho voltasse.E voltou.Sonhou a noite toda com aquilo e não compreendia o que imaginava,o que brotava do fundo de seu cérebro.Então,como ela era apenas um personagem,apenas uma invenção,apenas uma ficção,ela enterrou-se na areia e sumiu.
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