O sol começa a se por no horizonte e a cor do mar toma nuances indefinidas.
A brisa entra em cena como que anunciando o anoitecer, mais um dia da sua vida.
Sentada na areia, cabelos ao vento conversando com seu velho amigo, o mar. Impressão de que ele a cumprimenta numa onda que chega mais perto de si.
Há entardeceres melancólicos, outros mais animados, devido às expectativas. Mas tem andado em ritmo de outono-inverno. Tempo de poda, tempo de frear o ritmo para lá na frente desabrochar ou viscejar. Que seja...
Momentos assim em que aspira o ar, olha para o horizonte, em que sente a imensidão da vida, as sombras caem sobre ela como a lembrar da sua condição.
Na verdade, queria estar mais serena, pacificada... Mas acontece que esse estar só consigo mesma lhe traz sonhos. Mais que isso. Traz a esperança de um dia estar mais leve, de ser livre. Até a brisa a soprar como que acariciando os cabelos vem lhe mostrar o quanto precisa resolver certas coisas para seguir seu caminho em paz..
Precisa...
As ondas do mar, repetição e ao mesmo tempo renovação falando ao coração.
Bom e velho amigo.. Ele a entende porque sempre que está à sua frente, ela se sente bem, aconchegada, como se já tivesse vivido ali, em suas águas. Memória talvez?
Precisa, precisa...
Pensa...
Medita...
Levanta-se .
Segue seu caminho para mais uma noite enfrentar.