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Contos-->A Rosa -- 16/10/2001 - 19:44 (Edmundo Sérgio de Santana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era um imenso campo coberto por rosas, separados em longos canteiros, para que entre eles pudessem, os jardineiros, se locomover, cultivar e cuidas das flores. A pequena rosa que brotara há bem pouco tempo, havia ficado fascinada com o que via. Diferente das outras, não em cores ou formato, mas em essência, espírito.
Observava os homens que cuidavam daquele mar de rosas, de cores diversas e o cuidado que tinham com a lida diária. Pequena, ainda não conseguia perceber o que acontecia, tentava de todas as formas, porém, em vão.
O tempo passou, cresceu, e pode observar que aqueles homens, diariamente, faziam uma coleta de certa quantidade de flores, mas não entendia. Imaginava a dor que causaria um corte daquelas tesouras afiadas em seu delicado caule.
Na sua primeira florada, sua cor tinha o tom da paixão, contudo não fazia a menor idéia do que representava. Os homens chegavam perto, observavam, regavam e cuidavam da terra. Ela não entendia para onde iam tantas flores, todos os dias, após as colheitas, e isso a deixava cada vez mais curiosa, tanto quanto insegura pelo fato de ter que passar , antes, pelo fio da tesoura.
Dado o tempo, chega sua hora. O homem se aproxima, segura seu caule a certa altura, e num corte certeiro a separa daquilo que sempre teve como seu mundo. E agora? Para onde iria?
Junto a tantas outras, carregada para lá e para cá, viu tantos lugares, tantas pessoas, um mundo cheio de novidades porém seu destino ainda era incerto, e sentia a vida se perdendo aos poucos. Foi então que parou, e de repente se viu dentro de um vaso, com água e cercada de tantas outras flores, como no local em que nascera, todavia, com flores diferentes. O movimento era intenso. Entrava e saia gente a todo momento, pegavam as flores iam embora.
A certo momento sentiu-se sozinha naquele vaso, e imaginou que, talvez, ninguém tivesse gostado dela a ponto de levá-la. Foi então que um jovem entrou, olhou para todos os lados e a viu. No momento em que a pegou, ela sentiu uma vibração que jamais sentira antes. Foi envolta num papel sedoso. O rapaz a olhava, a acariciava, a cheirava nas pétalas e sentia a maciez de sua essência.
Pouco tempo depois, o rapaz encontra-se com uma moça e entrega-lhe a rosa, e nesse momento ela entende que sua essência representava o brilho do amor.
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