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Contos-->Cinco minutos para a Idiossincrasia -- 22/10/2001 - 23:33 (Erasmo Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu saia a meia-noite; era um alívio ralar tanto tempo naquela merda para não ganhar nada e depois cair no verdadeiro sentido da minha formação acadêmica. O que era ilícito, ilegal e desumano sempre me esperava depois daquele plantãozinho ordinário. Tudo bem.
O tédio infinito, como sempre, ficava por ali me assolando, entre pequenas cirurgias e outros aborrecimentos. Na noite retrasada um dos indigentes de quem eu ia tirar os rins conseguiu fugir no meio da madrugada não sei como. Filho da puta, escapou na hora, estava tudo prontinho, eu tinha acabado de sair do plantão só pra abrir o desgraçado e nenhum dos capangas conseguiu segurar um bosta daqueles, mal nutrido e assustado. Para variar, quem se fodia depois era eu, levando um carão dos outros, do maldito mercado de órgãos. E para mim, o doutor Grande Nada, restava uma dor de cabeça infeliz que não tinha dipirona no mundo que resolvesse.
E finalmente, faltando uns dez minutos para as onze horas, chega o enfermeiro para mim, o mesmo que trabalhava comigo nas cirurgias proibidas. Coincidências da vida, eu entendo disso como ninguém.
- Adivinha só quem acabou de chegar na urgência. - ele ria com poucos dentes, com uma cara de animal leproso que me irritava.
- Fala logo, porra.
- O nosso fugitivo. Está todo arrombado lá fora, deve ter se machucado, sei lá. E parece que está com uma perna podre...
Pulei da cama na mesma hora. Sai do repouso apressado, tinha que ver para poder acreditar. Mandei o enfermeiro ligar para os outros e avisar sobre aquele presente. Cheguei lá fora e dei de cara com o pobre diabo, quase desmaiado, no colo de dois pedreiros. Um cheiro de lixo apavorante.
- Qual foi o problema? - enquanto ele não me via por causa da dor, eu alterava o timbre da voz e indicava um dos leitos para que o colocassem.
- Doutor, a gente achou esse cara perto da obra, todo fudido. Ele nem falava direito, só disse que tentaram abrir ele e que tinha fugido. Como não parava de sangrar, viemos até aqui com esse infeliz.
Colocaram-no na cama; ele ainda não havia me notado, melhor assim. Estava de olhos fechados, em choque, desnutrido, com feridas e arranhões por todo o corpo. Na perna esquerda tinha um puta abcesso estourado, cheio de pus. Ia dar uma gangrena se não fosse cuidado.
- Certo, podem deixar que agora é comigo, eu vou cuidar dele. Podem ir embora.
- E para ele voltar para casa, doutor? Se brincar esse pobre nem casa tem...Nossa senhora, espero que ele melhore.
- Não se preocupe, vocês já fizeram muito por ele.
Só então o diabo abriu os olhos e deu de cara comigo ali. Ele espumou, se retorcia mas não conseguia falar nada, graças a Deus. Tremia, pulava, gritava, mas não produzia palavra alguma; os homens que o trouxeram tentavam segurar enquanto eu mandava alguma enfermeira aplicar um tranqüilizante. Uma situação chatíssima, deplorável: quando ele apagou, pude mandar os caras embora sob alguns protestos de valor social que eu prefiro jogar no chão e cuspir em cima.
Os rins estavam de volta, ali na cama do leito sete. Era só esperar a hora de eu deixar o plantão, que o enfermeiro sacana o levava para a clínica clandestina e me esperava chegar. Numa hora daquelas eu pensava como alguém poderia ter tanto azar: o cara nasceu na merda, cresceu sem saber porra nenhuma, sem direito a nada e vinha alguém mais forte e tomava um pedaço dele. Chegava a ser cômico, patético. E passava-me pela cabeça que em alguns momentos minha vida parecia um conto, uma estória ou sei lá o que; só depois que eu me tocava que para alguém escrever sobre mim teria que estar em um buraco de depressão muito grande. E lá vinha o telefonema para eu atender ali na urgência. Eram eles.
- Pronto, sorte nossa. Quando eu sair daqui, abro e resolvo o problema. É um só ou os dois?
Silêncio. Eu ficava puto quando faziam isso.
- Ele está fudido mesmo? Disseram para a gente que a perna dele está podre. Tira os dois, se prestarem. A essa altura do campeonato, esse bosta não quer viver mais.
- Putz. Está certo. Acho que vai ter que serrar a perna. Isso eu faço aqui mesmo, daqui a pouco, ainda não o examinei direito.
- Você é quem manda, doutor. - sorrisos, uma risadinha que me insultava da pior maneira possível. - é só. Até mais tarde...clic
E lá fui eu, olhar a perna do cara. Uma merda: ele provavelmente se machucara fugindo da gente e infeccionara rápido demais. Se passasse mais um dia, ia começar a feder. Tasquei as pinças na ferida, sequei o pus e fiz o necessário para não serrar a perna dele depois. Dormia, dopado, com os olhos inchados de desespero, sabendo no sono que estava fudido. Ficaria me devendo aquela quando estivéssemos juntos no inferno. Conclui aquilo e passei para um sutura nas costas de algum marginal que tinha acabado de chegar com uma puta facada.
E então, apareceu.
Sinceridade, jamais esperei que algo parecido fosse acontecer comigo; é uma merda mesmo, uma merda. Lá vinha, entrando ali na urgência, uma mulher maravilhosa, copiada dos meus sonhos ou pesadelos, sei lá. Vinha ela e um maqueiro atrás, empurrando a maca com outra mulher toda estourada, uma poça de sangue que vinha pingando por todo o chão. E com sorte, eu que ia atendê-las.
Antes que eu pudesse falar algo, a garota tentação colocou uma cara de choro enorme; a outra estava muito mal, cianótica, pressão caindo. Puta que pariu. Gritei, chamei quem estava por perto, examinei, coloquei a sonda, entubei, tudo rápido para não perdê-la. A coitada, que também era linda, estava com dentadas pelo corpo todo, com pedaços pendurados e as roupas rasgadas. Estava inconsciente, uma ferida só: como se tivesse sido esfolada viva para que a sua beleza semi plástica fosse violada, um negócio quase romântico, poético. Depois que a estabilizei, mandei para a CTI e coloquei uns estudantes que estavam enchendo o saco por ali para dar os pontos necessário, mas faltava pele em um monte de canto. Ia escapar, eu sou foda. Sou um monstro, mas sou foda. E era a vez da outra.
- Que danado aconteceu com você e com a sua amiga? - cheguei perto, com cara de quem se importava. E não é que eu me importava mesmo?
Ela chorava, chorava, chorava. Doía no meu coração, levei ela para a clínica, puxei a cadeira e fiz ela se sentar. Estava suja de sangue também, sangue da amiga ou sei lá o que. Enquanto esperava ela se acalmar, eu reparei nas feições e silhueta; vinte e poucos anos, esbelta, usava um vestido preto daqueles bem caros, que mostram a marca das meias escura na altura da coxa. Tinha um decote nas costas e na barriga, mostrando o umbigo, coisa que me deixava doido, desesperado. Os seios eram medianos, caberiam nas minhas mãos sobrando muito pouco. No pescoço, ela estava usando um colar justo e fino, bem discreto, com alguma coisa escrita na peça que ficava pendurada que eu não conseguia ler. Quando eu achava a cabeça, dava-me uma taquicardia infernal: um cabelo escuro, liso, lindo, lindo de morrer. Bem tratado, dava para imaginar o cheiro deles de longe, provocadoramente cortados em um channel desleixado e jogados para trás da orelha. Foi daí que eu vi que um dos brincos dela tinha sido arrancado e que a orelha estava machucada. Chegando ao rosto, driblando as mãos que escondiam a expressão de choro, eu descobria lábios finos, um nariz afilado, coisa de cinema, e olhos claros, entristecidos com uma olheira que só servia para destruir as defesas do doutor Darwinista rock and roll. Puta que pariu, eu estava ferrado. Era uma paixão arrombada, a primeira vista. Ninguém nunca entendeu nem a mim nem a meus sonhos, por isso não fiz questão de que um grande amor fosse assimilado. Era problema meu.
- O que houve, você quer me contar agora? - lá ia eu, parecendo alguém sério.
Ela parou, enxugou os olhos com o dorso da mão. Olhou para mim.
- Foi um tarado, um maluco. Atacou a gente no parque, lá no centro da cidade, quando saíamos do restaurante. Sorte, passou gente e ele fugiu, deu tempo de eu vir com ela para cá numa ambulância.
- É, ela não foi estuprada mas esta muito machucada. Nossa, o cara a mordeu...nunca vi isso antes. E você, ele arrancou o teu brinco, não foi? - toquei na orelha ferida e senti uma espécie de nirvana diabólica percorrendo de meus dedos até a cabeça.
- Foi...meu Deus, foi horrível, horrível. Eu quero morrer.
Tinha alguma coisa de errado ali. Ela não estava em choque, e apesar de estar abalada e tudo mais, era uma garota forte. Mas havia algo esquisito, ela olhava para tudo de um jeito estranho. E eu lá, me envolvendo. Só pensava que a queria para me proteger da solidão de mim mesmo.
- Vamos para a urgência, eu quero dar uma olhada na sua orelha. Você vai me contando se quiser; depois a gente vai olhar a sua amiga, lá na CTI, mandei ela para lá . Vocês são amigas, não é?
Silêncio. Que porra...
- É. - ela soluçava um pouco. Foi na frente, e eu pude olhar o resto do corpo e ficar mais doido ainda, doido para transar com ela ali, no estacionamento, na urgência, no inferno, aonde fosse. Eu estava totalmente abalado. Logo eu, o cara que traçava fácil qualquer uma, que dava em cima das pacientes, que tinha o pior currículo do universo e um aspecto de fundo de abismo hediondo. Tudo bem, eu prosseguia; mesmo que uma sensação de que “nada ia dar certo” estivesse comigo. Nunca dá.
Examinei a orelha, ia levar uns pontinhos; enquanto eu fazia tudo, ela permaneceu calada, olhando para alguma quina de parede, em uma outra constelação estelar. Mulher introvertida é foda, não dá para saber o que porra ela quer, o que pensa, muito menos se está achando tudo muito bom ou uma merda. Eu reparei em outros ângulos do rosto dela e em alguns ela parecia mais ou menos linda; é claro que esse negócio de paixão à primeira vista interfere, mas ela tinha uma potência latente para ser uma modelo de qualquer griffe de vanguarda. Quando acabei, fiquei sem saber o que fazer.
- Podemos ir vê-la agora? - ela falava, oh. O tédio dela era maior que o meu.
- Tudo bem, vamos lá. Espero que não se choque, CTI não é um lugar legal.
Sorrisos, silêncio.
- Tem que ser algo muito extremo para me chocar, querido.
Caralho. Que porra era aquilo? Um fora, uma cantada, o que? Fomos até a amiga esfolada viva: estava lá, imóvel na cama, respirando com dificuldades, a beleza diluindo no soro e nas cicatrizes que iam ficar da agressão. E o amor da minha vida parecia uma geleira.
- Pronto, vamos sair, aqui só pode entrar pessoas autorizadas. - peguei-a delicadamente pelo braço e saímos numa boa. Todos os pretextos para ficar mais um pouco com ela tinham se acabado; ela iria embora para casa e eu ainda tinha que tirar dois rins de um desgraçado em uma clínica clandestina do outro lado da cidade. São as ironias da paz.
Fomos até a entrada da urgência, onde o servente da noite limpava o sangue que tinha escorrido da ambulância até o interior do hospital. Eu nem tinha onde enfiar mais a cara, não cansava de olhar para ela, para o curativo na orelha e para o decote do umbigo.
- Hum. Você olha com essa cara para todas as suas pacientes? - falava em um tom rouco.
Pensei em umas mil canalhices para dizer, mas fiquei com o clássico mesmo.
- Olha, confesso que estou meio abalado. Mas tudo bem, eu também sou humano, não é?
Sorrisos, silêncio.
- Abalado. E você salvou a vida dela, não está feliz? Provavelmente faz isso todo dia, salva vidas.
Mais ou menos isso...
- É, estou...feliz. Você avisou os parentes dela, o pessoal da família?
- Ela não tem ninguém aqui.
- E você tem? Olha lá, foram vitimas de violência. A polícia deveria ter sido notificada.
- Agora já passou. Eu também não tenho ninguém aqui, melhor assim.
- Melhor assim.
As vezes ela olhava para minha cara, as vezes não. O pior era o tédio infinito em que ela se moldava; nunca tinha visto um negócio daqueles. Daí eu não resisti.
- O que está escrito aqui? - coloquei o dedo na inscrição do colar.
- Ah. Carpe Diem.
Muito interessante. Ela morria de tédio e usava um negócio dizendo “aproveite o dia” no pescoço.
- Está esperando o que? Um táxi?
Sorrisos, silêncio. Só que dessa vez, ela me deixou assustado: franziu as sobrancelhas, ficou olhando para os lados e não mostrava os dentes. Uma das mechas lisas do cabelo channel escapou de trás da orelha, caindo sobre os olhos e boca; ela colocou de volta bem devagar.
- Isso está ficando pessoal, não é? - o tom era mais rouco do que nunca.
- Hahaha, é, já está. Mas, como sempre, quem manda é a mulher. Vocês sempre decidem tudo na hora da verdade...
- Então vamos comigo até ali que eu quero te mostrar o que eu decidi. Mas saiba que não vai ter como voltar atrás.
Putz, era verdade. Tinha achado a mulher da minha vida, com direito a cinismo, maldade e um olhar de disopia urbana cheio de ganchos e navalhas para aquela hipnose masoquista. E era quase meia-noite, o próximo plantonista só ia chegar com bem uma meia hora de atraso; eu tinha serviço, o enfermeiro provavelmente já estaria rebocando discretamente o indigente dos rins para a ambulância que a gente usava. Se fosse para foder com ela, eu teria uns cinco minutos, cinco minutos para a idiossincrasia. Calma, eu ainda não sabia qual era a dela.
- Eu sei um lugar legal, se você está pretendendo ficar a sós comigo.
- Eu quero ir para o bloco cirúrgico.
Maluca. Eu adorava aquilo.
- Vai ser meio difícil, deve ter gente lá. Eu vou ter que verificar...
- Então vai logo.
Deixei-a ali, com medo que me abandonasse para sempre. Cheguei no bloco, só estava uma enfermeira cochilando pelas paredes, que eu despachei para o refeitório, alegando que qualquer coisa eu chamava, que estava tudo bem lá fora, etc. Foi fácil, esse povinho tem um cérebro muito manipulável; ainda por cima fiquei com as chaves.
Voltei correndo, quase desesperado, e lá estava ela. Como naquela porra de hospital ninguém via nada mesmo, leva-la para o bloco foi a parte menos complicada; finalmente, ficamos a sós. Olhei para o rosto dela, pude jurar um quê de sacana, mas a bosta do amor doía mais.
- E agora, mocinha?
Foi um beijo, meio que de surpresa. É claro que aquilo foi o maior estímulo da minha vida, em vinte e oito anos eu nunca tinha sentido nada parecido. A boca dela tinha gosto de perfume de menina nova, aquele sabor bem delicado; era um tesão que quase cauterizava. Demorou para ela largar, mas eu também não facilitei. Quando o fez finalmente, ainda saiu mordendo o meu lábio inferior, coisa que só deixou meu pau mais duro. E agora, mocinha?
- A gente podia fazer aqui, já que você quis vir para cá. - simulei calma.
Sorriso.
- Eu vou ser direta. Acho que foi a primeira vista com você também, eu nem era dessas coisas. Mas a piranha lá na CTI tem que morrer. Eu sei que você faria isso por mim, porque você quer transar e ficar comigo. Eu também, mas é um preço para a nossa felicidade, eu acho que é justo. Bem, eu vou esperar lá fora, no estacionamento. Vou te dar cinco minutos para ferrar com ela e a gente vai embora.
Senti como se ela estivesse aquele tempo todo lendo minha mente. Era perturbador, a proposta dela era medonha, mas para mim aquilo era nada. Por uma grande trepada com a mulher da minha vida? Ela foi humilde e pediu pouco. Saímos do bloco, ela foi na frente deixando o rastro de sexo pelo corredor, eu fiquei louco. Entrei na CTI, fitei por alguns instantes a amiguinha dela toda costurada na cama e desliguei o respirador automático; não sei por que, mas ainda tremi a mão. Por sorte, as cortinas evitariam que alguém me visse diretamente. Quando eu vi que o pulso dela tinha ido para a puta que pariu, liguei a porra de volta e escutei um grito de homem vindo lá da frente, na urgência.
Quando sai para o corredor, dei de cara com o enfermeiro idiota se arrastando por ali, com um porta agulha metido na coxa, vazando feito um desgraçado. Corri até ele, olhei pela porta para os leitos da urgência e vi que o número sete estava vazio de novo. Filho da puta. Os estudantes e outros enfermeiros se aproximaram, assustados.
- Filho da puta, desgraçado...Ah, desgraçado...meteu esse negócio em mim...eu fui...eu fui pega-lo para...e ele faz uma coisa dessas...saiu correndo, deve estar lá fora, já...ai meu Deus, tapem logo esse buraco, eu vou morrer, eu vou morrer.
É, a dose de tranqüilizante não deu para nada. Se brincar, nem tranqüilizante deram para ele. Dava para notar o rastro de sujeira no canto do corredor, de lado da onde os esfregões tinham limpado o sangue da amiga do meu amor, seguindo lá para fora. Mandei os estudantes se virarem e fui ver se achava os malditos rins.
Quanto sai pela porta principal da urgência, dava para enxergá-lo a uns dez metros na rua, correndo para o posto policial vizinho. É claro que aquilo era fácil de resolver, mas quando olhei para o outro lado, vi o meu amor encostado nos carros do estacionamento. Eu tinha que concluir aquilo de vez, como ela mesma disse, para não ter que voltar atrás. O indigente parou para os dois guardas do posto, gritava, fungava, e da onde eu estava bastou um sinal para que o recolhessem na base da porrada. Dito e feito, viva o terceiro mundo. Mais uma vez, ele se fudia, era esmagado, perdia para mim, enquanto era rebocado pelos dois policias militares de volta para a urgência. Eu devia ter arrancado a perna dele mesmo.
Olhei para ela; fitava o céu escuro, meia noite e alguma coisa. Nada de estrelas, tudo perfeito demais para ela suprir meus vazios e desafetos. Dia de sorte, dias melhores para o doutor Grande Nada. Era só uma questão de tempo, a garota também era barra pesada, mas ninguém é perfeito afinal.
Acho que os rins vão ter que ficar para depois. Por hoje é só, dias melhores.

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Esse conto faz par com outro tb publicado aqui, chamado Cherry Cerise e funcionam como gêmeos siameses. Obrigado pela leitura, ficaria muito feliz em receber comentários.
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