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Contos-->Humildade de um rico poeta -- 27/12/2001 - 17:45 (Jose Angelo Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era uma noite de gala, as mulheres com seus vestidos longos caminhavam esvoaçantes pelo sagão. Os homens contidos em fraques observam os esvoaços e esvoaçavam em pensamentos. A orquestra, no melhor estilo britânico, afinava os instrumentos. Especialmente os acordeons argentinos. O anfitrião desceu pontualmente pela escada de mormore branco às 21 horas. Distribuindo sorrisos e gentilezas a todos os presentes. Dizem as más linguas que também aos ausentes. Afinal o anfitrião era meio cego. E por vezes fôra visto cumprimentando as colunas das paredes, ou simplesmente acenando às cortinas. Mas estava tudo impecável, sóbrio e extremamente requintado. Das azeitonas recheadas ao tapete persa. Dos candelabros dourados aos mordomos discretos. Uma voz forte rompeu o murmurio das conversas e anunciou. "Senhoras e senhores, agora, para abrir a solenidade anual dos colunáveis desta cidade, tem a palavra o Excelentissimo senhor, Doutor, Professor, Desembargador, Comendador e, seja la como for: Manuel Joaquim de Oliveira Stratisburger Lugter Vondanniinghem dos Santos." A multidão se acotevelou diante da sacada interna do saguão. O silêncio foi geral. Alguns segundos depois, na sacada o anfitrião insistia em jogar acenos, beijinhos e sorrisos, justamente para onde não havia ninguém. Imediatamente, alguém se locomovia até la para não causar embaraços. finalmente, o anfitrião pigarreou, o silêncio foi ainda mais profundo. Houve até quem prendesse a respiração. Ele levantou um dos braços, ouviram-se os primeiros aplausos. Ele agradeceu humildemente. Em seguida puxou um lenço branco. Alguém gritou sauuuddeee!!!! Ecoou no saguão. Ai sim ele espirrou. A multidão aplaudiu efusivamente. Ele agradeceu e guardou o lenço com humildade, ajeitou o oculo, tirou um papel do bolso do paleto e pronunciou: Sarohnes, serohenes... -Ganhou outra salva de palmas. Balançou a cabeça e virou o papel do lado certo e arrematou com um sorriso humilde: Senhoras e senhores. A multidão entreolhou-se para ver quem tinha aplaudido. Era como se um acussase o outro. O anfitrião fez uma pausa, os olhares convergeram novamente para ele; um mosquito da dengue foi repentinamente interceptado em pleno vôo, por duas mãos espalmando um estalo. O anfitrião da festa, agradeceu pensando que fosse um ameaço de homenagem, sorriu. Ai sim a multidão aplaudiu. Ele voltou a se curvar com humildade; era um exemplo a ser seguido: Tão rico, tão simples.O cidadão era poeta, gostava da Literatura, ao sair exclamou aos presentes:O poeta português Armando de Carvalho, dizia que " A poesia é o desejo da sublimação da vida, cortando pedaços da alma." Razão tem Fernando Pessoa quando afirmava que o poeta sabia fingir até a sua propria dor. A dor da poesia é maior de todas, porque dilacera a alma. Após falar essas palavras, virou as costas e saiu conduzido pelo mordomo todo solícito. A voz forte e cristalina voltou a anunciar: "Estas foram as gentis palavras do Excelentissimo senhor, doutor, professor, desembargador,comendador, poeta e seja la como for: Manuel Joaquim stratisburger Lugher Vondanninghem dos Santos obrigado pela atenção. -JOSE ANGELO CARDOSO.-Poeta, contista , artista plastico.
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